Em plena crise, o presidente da Brasil Kirin, Gino di Domenico, inaugurou ontem três novas linhas de produção da unidade da empresa instalada em Igarassu, a 30 km do Recife. Foram investidos R$ 400 milhões nessa etapa da ampliação. Segundo a empresa, a unidade pernambucana é agora “a mais moderna entre as 13 unidades do País” e com a capacidade instalada para produzir 3 milhões de hectolitros por ano, embora inicialmente a previsão seja de uma fabricação anual de 1,5 milhão de hectolitros, o que significa cerca de 150 milhões de litros por ano.
“A crise é uma oportunidade”, disse Gino durante a solenidade. “No futuro, essa fábrica poderá produzir 12 milhões de hectolitros por ano. A intenção da empresa é aumentar a capacidade de produção com mais cinco expansões para atender ao aumento do consumo, totalizando um investimento de R$ 900 milhões em oito a 10 anos”, acrescentou.
A atuação da Brasil Kirin em Pernambuco começou em 2003, quando a empresa adquiriu a antiga cervejaria Nobel no terreno que recebeu as novas linhas de produção. A expansão gerou 70 novos postos de trabalho e a empresa emprega cerca de 1,4 mil pessoas em todo o Estado.
A ampliação vai propiciar à empresa um ganho logístico, substituindo a cerveja que a companhia trazia da Bahia. Além de Pernambuco, a unidade de Igarassu vai atender a demanda da Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas e Ceará.
A fábrica de Igarassu vai produzir cerveja em lata das marcas Schin, Devassa e No Grau, a cerveja retornável da Schin, de 300 ml. Os refrigerantes, água e sucos da companhia continuarão sendo fabricados na unidade do Recife, que está operando perto da sua capacidade de produção, de 4 milhões de hectolitros por ano.
“O Estado vai se consolidar como referência na área de produção de bebidas, principalmente na Mata Norte. Numa crise de confiança na qual não se sabe o que vai acontecer, é bom perceber que os investidores sabem que podem seguir em frente aqui”, afirmou o governador Paulo Câmara. Durante a solenidade, os diretores da Brasil Kirin fizeram uma homenagem ao ex-governador Eduardo Campos (PSB), que morreu num acidente aéreo em 13 de agosto do ano passado. Câmara agradeceu em nome da família Campos. O advogado Antonio Campos (PSB) também compareceu ao evento.
As linhas de produção inauguradas foram planejadas para consumir menos água e energia. O grupo também está construindo um parque eólico no Ceará para gerar pouco mais que 30% de toda a energia que consome nas suas 13 fábricas por todo o País. As usinas vão começar a gerar em 2016.