Apontado como alternativa à realidade distante do Arco Metropolitano, o miniarco ganha mais um prazo para sair do papel. A promessa é que o edital para Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), que prevê a elaboração do projeto, seja lançado em outubro pelo Governo do Estado. A expectativa é que as obras sejam iniciadas no primeiro semestre do próximo ano. A estrutura viária de 14,4 quilômetros, que irá desafogar o trânsito da BR-101 no trecho de Abreu e Lima, é fundamental para as exportações da fábrica da Jeep, em Goiana.
Durante a apresentação do novo modelo produzido pelo Polo Automotivo, o Compass, ao governador Paulo Câmara, o presidente da Fiat Chrysler Automobiles (FCA), Stefan Ketter, reafirmou que a empresa espera do governo a solução viária prometida desde o anúncio da fábrica em Goiana, em 2011. “Esse projeto seria muito importante, ajudaria muito no escoamento do carro e na entrada de materiais. (Para a exportação) Vamos usar o que já existe. Suape está pronto, isso não é problema. Problema é como chegar lá. Não vejo problema no começo, mas precisamos disso feito o mais rápido possível”, destacou.
O comentário de Ketter foi feito diante do secretário de Desenvolvimento Econômico, Thiago Norões, que contornou a situação. “A obra deve começar no primeiro semestre do próximo ano. Sem falar da recuperação de outras vias, que está sendo feita, e fora o próprio Arco Metropolitano, que um dia vai sair. Então, o acesso a Suape não é problema”, afirmou.
O prazo anterior dado pelo Governo do Estado para o início das obras era setembro deste ano. Agora, só na primeira quinzena de outubro é que o PMI deve ser lançado para o mercado. Esse procedimento é referente à concorrência de empresas interessadas em elaborar o projeto. Depois de cerca de seis meses, haverá outra chamada, desta vez a licitação para a execução das obras.
“A previsão é que a PMI seja lançada ainda na primeira quinzena de outubro. Acreditamos que é um projeto atrativo por conta do grande volume de veículos que passam por dia, são 45 mil”, diz o gerente geral de projetos da Secretaria de Transportes, Luiz Alberto de Araújo. A quantidade de carros é ponto fundamental do minicarco, já que o projeto provavelmente tornará o trecho pedagiado. Segundo Araújo, o custo previsto para a obra é de R$ 160 milhões, com execução em 24 meses. Ou seja, se os novos prazos forem cumpridos, a alternativa ao Arco Metropolitano só deve ficar pronta em 2019. O Polo Automotivo entrou em operação no início de 2015.
A intenção da FCA de exportar o Compass para a América Latina torna ainda mais urgente uma solução para a logística de distribuição a partir de Goiana. Os carros hoje seguem pela BR-101 em direção a Suape, mas encontram gargalos como o congestionamento em Abreu e Lima e a má conservação de vários trechos da rodovia.
O miniarco foi proposto em 2015, já na gestão de Paulo Câmara. A ideia era oferecer uma solução mais viável que o Arco Metropolitano, projeto apresentado pelo então governador Eduardo Campos para a FCA como saída para o gargalo da BR-101 Norte. Em março deste ano, o Projeto de Lei que permite que o Estado faça a concessão para a construção da nova via foi aprovado pela Assembleia Legislativa. A expectativa era que já em setembro ela fosse iniciada, o que não aconteceu.
O plano é que o miniarco seja uma rodovia em forma de “S” cortando a BR-101. Uma ponta sairia dos arredores do Terminal Integrado (TI) de Igarassu, cruzando a rodovia e terminando próximo ao Hospital Miguel Arraes, em Paulista, próximo à PE-15 (veja no mapa acima). A rota livra justamente o gargalo que existe no trecho de Abreu e Lima.
Já com atrasos, o projeto de 14,4 quilômetros é bem menos ambicioso e caro que a solução original, pensada desde 2008. O Arco Metropolitano ligaria Suape ao Litoral Norte, fazendo também uma conexão com o oeste metropolitano, em uma rodovia de 77 quilômetros. A construção chegou a ser orçada em R$ 1,2 bilhão. Hoje o projeto permanece na fila de espera junto a outros de todo o País para entrar no pacote de concessões do Governo Federal.