Na fábrica da Jeep, em Goiana, mais de 700 robôs trabalham em ritmo cadenciado na fabricação dos modelos de veículos que vão seguir para o mercado doméstico e internacional. A indústria automotiva é a mais robotizada do Estado, acompanhando uma tendência nacional e mundial. O desafio do setor no Estado é qualificar 384.600 trabalhadores em ocupações industriais nas áreas do ensino técnico e superior até 2020. A meta está no Mapa do Trabalho, divulgado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) em outubro do ano passado.
Uma das maiores dificuldades do Estado é vencer o desinteresse dos jovens pelas carreiras científicas e de engenharia, mesmo com a indústria pagando algo em média 24% a mais do que outras áreas de atuação, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria. As disciplinas de exatas são motivo para afastar o público. Para contribuir para essa mudança, o Serviço Social da Indústria de Pernambuco (Sesi-PE) tem investido em disseminar a robótica, na sua rede de educação e entre escolas públicas.
Na última quinta e sexta-feira, o Sesi realizou no município de Paulista a etapa regional do Torneio de Robótica First Lego League (FLL), maior evento mundial na área. “Temos observado uma mudança de postura nos alunos que têm contato com a robótica. Eles acabam aprendendo com mais facilidade tanto as disciplinas de Exatas, quanto de Ciências Biológicas. Eles aprendem a aplicar esses conhecimentos em projetos para superar dificuldades do mundo real”, afirma o superintendente do Sesi-PE, Nilo Simões.
Pesquisa realizada pelo Sesi do Paraná (2016) em sua rede de educação aponta que jovens em contato com a robótica optaram 44% mais por carreiras de nível superior ligadas ao desenvolvimento tecnológico e 85% dos alunos de robótica aderiram aos cursos técnicos. Hoje na rede Sesi de ensino 5 mil alunos do ensino fundamental e médio usam robótica cotidianamente.
Os dois dias da etapa regional do Torneio teve participação de 240 jovens de 9 a 16 anos das redes públicas e particulares de Pernambuco, Paraíba e Maranhão. Eles apresentaram projeto de pesquisa e robô desenvolvido para responder ao tema proposto este ano para a competição, que foi animal allies (aliados animais em prol de uma vida melhor para todos). Os campeões dessa fase passarão para a etapa nacional, que acontecerá em março e selecionará o representante do Brasil no estágio internacional da competição, previsto para acontecer entre abril e julho nos Estados Unidos e Europa. No Brasil, o torneio acontece em outros 10 Estados.