Com medo de nova paralisação dos caminhoneiros, motoristas fazem filas em postos do Recife

Tabela de fretes que causou insatisfação nos caminhoneiros já foi revogada pelo Ministério da Infraestrutura
Carolina Fonsêca
Publicado em 22/07/2019 às 17:11
Tabela de fretes que causou insatisfação nos caminhoneiros já foi revogada pelo Ministério da Infraestrutura Foto: Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem


Um boato divulgado via WhatsApp sinalizando uma possível paralisação dos caminhoneiros foi o suficiente para algumas pessoas correrem para os postos de gasolina e mercados. Oficialmente, a categoria negou qualquer tipo de paralisação, apesar de estarem insatisfeitos com a tabela de frete publicada na última quinta-feira (18) pelo Ministério da Infraestrutura no Diário Oficial da União, que já foi revogada nesta segunda-feira (22). Enquanto isso, os carros começavam a se enfileirar nos postos. 

Ainda nesta segunda, o Ministério da Infraestrutura pediu formalmente à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que revogue a última tabela de preços mínimos do frete rodoviário.  

"Não tivemos problemas para abastecimento, mas o movimento foi maior hoje, sim. Teve gente que pela manhã veio com bombonas para encher com combustível, com medo. Aqui sempre tem fila, mas está maior. Por enquanto estamos normais, mas o pessoal tá preocupado", contou o frentista Joel Domingo, 35 anos. 

Entre os consumidores o tom é de precaução. Ressabiadas com a paralisação de 2018, as pessoas preferem não arriscar. “Trabalho em Jaboatão e vim de lá até aqui passando por postos com fila, o que não é normal. Meu tanque está quase cheio, dava para ficar assim, mas preferi completar por via das dúvidas. A gente fica com medo, porque na outra vez tive que encher seis bombonas", afirmou a enfermeira Cinthia Barbosa, 47 anos, que estava em um posto na Rua Benfica, no bairro da Madalena, na Zona Oeste do Recife. 

Além deste posto, outros dois na Rua São Miguel, no bairro de Afogados, também na Zona Oeste, apresentavam filas maiores que o habitual. 

Fora o medo de ficar sem combustível, há também o de ficar sem mantimentos ou de precisar pagar mais caro por alguns produtos, o que levou algumas pessoas aos mercados. 

“Fico temerosa porque a gente nunca sabe, né? Até agora não tive problemas ainda, mas caso aconteça muda a nossa rotina. Eu acredito que não tenha paralisação, que isso seja contornado, mas dá medo porque a gente já viu no que dá, problemas de deslocamento, produtos mais caros nos supermercados e até falta deles, como no caso do hortifruti”, destacou a funcionária pública Ana Campelo, 48, que fazia compras em um mercadinho no bairro de Santo Amaro, na Zona Norte do Recife. 

Nova reunião 

Uma audiência extraordinária está marcada para às 18h desta segunda-feira (22) e uma nova roda de reuniões com representantes do setor e do governo acontecerá nesta quarta-feira (24).

Na BR-101

Na manhã desta segunda-feira, um grupo de caminhoneiros chegou a estacionar os veículos no acostamento da BR-101, próximo à fábrica da Vitarela, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife (RMR). De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), por volta das 10h, os motoristas se dispersaram.

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