Os municípios de Pernambuco têm, no geral, um quadro de grave de situação fiscal em comparação ao resto do País, segundo o levantamento da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Na média, as cidades pernambucanas só têm uma situação melhor em relação aos municípios de Sergipe.
“Os municípios de Pernambuco têm um cenário desafiador em relação ao resto do País”, comentou o analista de Estudos Econômicos da Firjan, Marcio Felipe Afonso. Segundo os dados, 73,9% dos municípios do Estado têm uma gestão crítica de seus orçamentos, enquanto que a média nacional é de 40,5%. “São 34 pontos percentuais de diferença, eles estão na faixa mais crítica”, salientou.
A análise foi feita a partir do Índice Firjan de Gestão Fiscal, que leva em consideração os relatórios fiscais enviados pelas prefeituras à Secretaria do Tesouro Nacional (STN). Mandaram as informações 5.337 municípios, de um total de 5.568. A média das cidades pernambucanas foi de 0,2702 numa escala que vai até 1. A média brasileira é de 0,4555.
De acordo com o levantamento, com uma nota de 0,6886, a capital Recife apresentou um bom desempenho em 2018, ficando na terceira colocação no Estado. Goiana e Cabo de Santo Agostinho apresentaram melhores desempenhos fiscais. “Por ser capital, Recife tem alta capacidade de gerar receita e arcar com seus custos e não tem problema de gasto com pessoal também”, disse Afonso. Goiana é o município onde está instalada a fábrica da Jeep e o Cabo é beneficiado por metade das indústrias do Complexo Portuário de Suape.
Os problemas do Recife estão nos quesitos relativos à liquidez e investimento. O primeiro mostra que a capital ainda tem dificuldades de fechar o ano com dinheiro em caixa, repassando para o não seguinte despesas empenhadas no ano anterior, no chamado restos a pagar. “Apesar dessa dificuldade não é um situação crítica, o que significa que o planejamento financeiro compromete o investimento”, comentou.
Entre as capitais, o Recife ocupa a 11ª colocação, das 27 analisadas, o que a coloca na faixa superior dos municípios em melhor situação fiscal. De todos, a capital que alcança as melhores notas no índice da Firjan é Salvador.
Os cinco municípios com pior colocação em Pernambuco são Frei Miguelinho, Palmerina, Nazaré da Mata, São Benedito do Sul e Inajá. “Todos eles têm gastos maiores do que 60% da receita corrente líquida com pessoal. Todos eles fecharam as contas no cheque especial”, afirmou Afonso.