A empresa mineira de energia Órigo está ampliando mercado no Nordeste na geração distribuída. Com expertise na geração de energia solar, a partir de Pernambuco a companhia pretende ampliar o leque de atuação, com a venda de cotas de biogás produzido em aterros sanitários de Pernambuco e, consequentemente, conversão do percentual na geração em descontos de até 10% na conta de luz.
No Estado, a operação inicial está baseada no Centro de Tratamento de Resíduos de Pernambuco (CTR-PE), em Igarassu, Região Metropolitana do Recife, e tem capacidade instalada de 2 Megawatts. "Cada cliente compra sua cota ideal, baseada no seu consumo de energia. A gente gera a energia, conecta na rede distribuidora e aluga essas cotas que, depois são transformadas em desconto na conta de luz", explica o presidente da Órigo, Surya Mendonça.
Com início da operação desde o fim do ano, o modelo de cotas para geração distribuída de biogás já conta com 300 clientes no Estado, todos pessoa jurídica, até então único perfil trabalhado pela empresa. "Pernambuco é o primeiro Estado que estamos que estamos trabalhando com esse modelo para o biogás. Estamos trabalhando em parceria com uma empresa que já trabalha no Estado, a ENC, que opera o gerador de biogás. O investimento é de R$ 20 milhões.
Até novembro, a empresa espera prospectar em Pernambuco pelo menos 1 mil clientes. Além de lançar outro projeto no Estado, nesse caso, uma fazenda solar, que segue o mesmo modelo de cotas e desconto na conta de luz a partir da geração remota, mas tendo como fonte a luz solar. "Já operamos em Minas Gerais e em São Paulo, agora estamos iniciando a operação em Pernambuco. Em Minas, temos 36 MW de capacidade instalada e base de 3 mil clientes", afirma Surya. Sobre o valor das cotas, ele diz não haver uma estimativa mínima, já que depende do percentual de cota comprado através de uma assinatura mensal.
Naquele estado, a Órigo atua sobretudo com a venda de cotas nas fazendas de energia solar. Em São Paulo, a ramificação do negócio tem se dado na geração distribuída através de painéis instalados em residências. No ano passado, a companhia investiu cerca de R$ 200 milhões nas operações.
A instalação da usina de biogás no Estado foi noticiada por este Jornal do Commercio no fim do ano passado. O aterro Ecoparque, do Centro de Tratamento de Resíduos de Pernambuco (CTR-PE) recebe 2 mil toneladas de lixo por dia de nove dos quinze municípios da RMR, e a previsão da usina é produzir 5 mil m³ de biogás por hora para gerar uma energia limpa, que tem sobre as concorrentes solar e eólica a vantagem de não sofrer interrupções na geração.
A usina de Igarassu é parte do plano de expansão da ENC Energy no Brasil, que está concluindo investimento de R$ 50 milhões em oito usinas de geração distribuída, com 9 megawatts (MW) de potência. Este ano a companhia já entregou uma usina em Rosário (MA), uma em Campos dos Goytacazes (RJ) e duas em Ipatinga (MG). Além dos projetos de geração distribuída, o grupo também conta com uma usina de 4,3 MW em Juiz de Fora (MG), mas essa tem energia destinada ao mercado livre. Para além desses 9 MW, a empresa tem cerca de outros 20 MW projetados para expansão.