Nem Brasil, nem Alemanha, Itália ou Argentina. Nas últimas duas décadas, nenhuma seleção disputou mais finais de Copa do Mundo do que a França. A decisão de logo mais contra a Croácia será a terceira final dos franceses nos últimos 20 anos. Até agora, os Azuis têm 50% de aproveitamento. Venceram o Brasil em 1998 e perderam para a Itália em 2006. Para se ter uma ideia, neste mesmo período, a seleção brasileira e a alemã chegaram em duas decisões - cada um ganhou um título e ficou com um vice-campeonato.
A evolução da França é ainda mais notável quando remetemos à história das Copas. A primeira grande participação francesa foi em 1958, na Copa da Suécia. A equipe que tinha o atacante Just Fontaine como maior expoente - tanto que ainda hoje é quem mais fez gols em uma única edição de Mundial, 13 tentos -, acabou em terceiro lugar. O grande embate dos franceses em 1958 foi contra o Brasil, na semifinal. Mas o escrete canarinho, que tinha a maestria de Didi e a genialidade de Pelé e Garrincha, venceu por 5x2 - repetiria o placar na final, contra a Suécia.
A França só voltou a ter destaque na década de 1980. E, para tristeza do futebol verde e amarelo, começou a construir a fama de algoz do Brasil. Na Copa de 1982, na Espanha, a geração de Platini, Giresse e Tigana, entre outros, acabou em quarto lugar. A derrota nas semifinais, para a Alemanha, foi um dos jogos mais incríveis da história das Copas. No tempo normal, empate por 1x1 - no segundo tempo, entretanto, Battiston sofreu um golpe do goleiro Schumacher, ficou desmaiado, mas o árbitro não marcou pênalti. Na prorrogação, os franceses abriram dois gols de vantagem, mas os alemães foram buscar o placar e igualaram em 3x3. Nos pênaltis, os germânicos levaram a melhor, 5x4. A Itália foi a campeã.
Na Copa seguinte, em 1986, no México, a França manteve o bom nível. Nas oitavas, eliminou a Itália. Nas quartas, o encontro com o Brasil de Careca, Júnior, Sócrates e Zico. Careca abriu o placar para os brasileiros, mas Platini empatou ainda na etapa inicial. No segundo tempo, a seleção verde e amarelo teve a chance de ficar na frente outra vez, mas Zico perdeu um pênalti. O jogo foi para as penalidades e a França venceu por 4x3. Nas semifinais, Platini & cia perderam de novo para a Alemanha. A Argentina foi a campeã.
A década de 1990 começou ruim, com as ausências em dois Mundiais seguidos. Porém, em 1998, em casa, a França conseguiu, enfim, ganhar a Copa. Na decisão, a vitória foi em cima do Brasil, 3x0, com dois gols de Zidane e outro de Petit - o jogo teve a grande polêmica envolvendo Ronaldo Fenômeno, que jogou os 90 minutos, mesmo após ter sofrido uma convulsão na concentração.
Em 2002, veio outro fiasco, com a eliminação na primeira fase na Copa da Coreia do Sul e do Japão. Já em 2006, outra grande campanha. Após eliminar de novo o Brasil nas quartas (1x0, gol de Henry), a França perdeu a final nos pênaltis para a Itália. O jogo teve a incrível cabeçada de Zidane em Materazzi e a consequente expulsão do camisa 10, em sua despedida dos gramados.