Atualizada às 13h44
Três dias após prender o primeiro suspeito de arremessar as privadas que mataram um torcedor após um jogo no Estádio do Arruda, a polícia deteve mais uma pessoa acusada de participar do crime na manhã desta quinta-feira (8). Segundo a delegada Gleide Ângelo, Luiz Cabral de Araújo Neto, de 30 anos, foi capturado na cidade de Monte das Gameleiras, no Rio Grande do Norte, e chegou ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para prestar depoimento por volta de 12h.
O suspeito era esperado por um batalhão de jornalistas, mas não falou com ninguém. Os policiais que efetuaram a prisão faziam parte da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil. Eles estavam à paisana, trajando bermudas, afim de se infiltrar no ambiente do suspeito, e usavam máscaras.
Segundo um dos policiais, que não quis se identificar, o suspeito trabalha como agente comunitário de saúde em Monte das Gamaleiras e foi preso quando chegava para trabalhar, por volta das 6h30. Luiz Cabral morava na cidade potiguar de Passa e Fica. Na casa do suspeito, a polícia encontrou várias camisas das torcidas organizadas Inferno Coral (Santa Cruz) e da Galo Mania (Atlético-MG).
Ainda de acordo com o policial, a mãe de Luiz Cabral reside no bairro de Ouro Preto, em Olinda. Por esse motivo o suspeito vinha para Pernambuco com frequência e acabou torcendo pelo Santa Cruz. No último jogo, com a ajuda de outra pessoa, ele teria arremessado o vaso que Everton Felipe Santiago arrancou do chão.
Oficialmente, a delegada Gleide Ângelo ainda não se pronunciou e disse que só falará à imprensa se a Secretaria de Defesa Social (SDS) assim determinar.
Na última segunda-feira (2), a polícia efetuou a prisão do primeiro suspeito, o auxiliar de serviços gerais Everton Felipe Santiago, de 23 anos. O crime ocorreu na sexta-feira (2), depois da partida entre Santa Cruz e Paraná. Duas privadas foram arremessadas da arquibancada do Arruda, acertando Paulo Ricardo Gomes da Silva, de 26 anos, que morreu na hora. Outras três pessoas foram feridas pelos estilhaços.
A polícia chegou ao primeiro suspeito através de uma denúncia anônima. A SDS, em parceria com a Federação Pernambucana de Futebol e o próprio Santa Cruz, ofertaram R$ 10 mil para quem fornecesse informações que levassem à autoria do crime.