O dia de glória chegou: qualquer que seja o vencedor da final da Copa América, entre Chile e Argentina, neste sábado (3), no estádio Nacional de Santiago, o campeão soltará um grito de campeão engasgado há anos.
A geração dourada do futebol chileno busca o título inédito em casa, enquanto Messi e companhia tentarão acabar com um jejum de 22 anos sem troféus, além de igualar o rival Uruguai, maior campeão do torneio, com 15 conquistas.
O craque do Barcelona já se sagrou campeão olímpico em 2008, em Pequim, mais ainda precisa levantar uma taça com a seleção principal para conquistar de vez o coração dos argentinos, depois de amargar o vice-campeonato mundial no Brasil.
"Viemos de uma final de Copa do Mundo e agora estamos na final da Copa América, com muita vontade de vencer", declarou 'La Pulga'.
Numa Copa América em que se esperava um show de craques que brilham na Europa, Neymar e James Rodríguez deixaram a desejar, e Messi espera saldar uma dívida histórica com sua torcida, assim como o chileno Alexis Sánchez, que não vem rendendo o esperado no torneio.
- Poder de fogo argentino -
Messi e Sánchez, que foram companheiros de clube no Barça, anotaram apenas um gol cada, mas o argentino teve uma grande exibição na semifinal, participando diretamente de quase todos os gols da vitória arrasadora por 6 a 1 sobre o Paraguai nas semifinais.
Alexis, que foi o grande destaque do Arsenal nesta temporada, mostrou muita disposição nos primeiros jogos, mas pouca pontaria, e vem sofrendo com problemas musculares.
Messi ainda tem a vantagem de jogar ao lado de outros craques, como Agüero, Tévez ou Di María.
O quatro vezes melhor do mundo também está mostrando cada vez mais entrosamento com o meia Javier Pastore, do Paris Saint-Germain, com o qual forma uma dupla das mais afinadas, para reger a 'orquestra' comandada pelo técnico Gerardo 'Tata' Martino.
Contra os paraguaios, os atacantes argentinos reencontraram a pontaria, marcando numa partida mais gols do que em todo o resto do torneio (6 contra 4).
- Pressão popular -
Diante do poder de fogo da Argentina, o Chile contará com o apoio incondicional da torcida, que deixou passar os escândalos disciplinares de Arturo Vidal e Gonzalo Jara em prol da união nacional rumo ao título inédito.
Além de derrubar um tabu histórico, a 'Roja' terá que acabar com uma freguesia assustadora diante dos 'Hermanos', que nunca derrotou em 23 confrontos pela Copa América (18 derrotas, e cinco empates).
A Argentina, inclusive, se sente em casa quando joga em terras chilenas, já que venceu quatro das seis edições disputadas no país (1941, 1945, 1955 e 1991).
"Tentaremos dominar a partida. O nosso estilo de jogo nos levou onde estamos agora, e vamos continuar jogando da mesma maneira", prometeu Sampaoli, que vem seguindo a tradição implantada pelo predecessor e compatriota Marcelo Bielsa, armando o time para frente, sem medo do adversário.
Uma estratégia que pode ser fatal diante da velocidade dos atacantes argentinos, que mostraram contra o Paraguai que sabem aproveitar os espaços deixados por rivais que tentam jogar de igual para igual.
Para quebrar a escrita, a seleção chilena conta com uma das melhores gerações da sua história.
"Não vou ser o único responsável por marcar Messi. Temos que fazer um jogo perfeito defensivamente, com muita comunicação entre todos", avisou Gary Medel, 'xerifão' da zaga chilena.
- Rivalidade histórica -
Lá na frente, além de Sánchez e Vidal, Sampaoli aposta no faro de gol do ex-gremista Eduardo Vargas, artilheiro da competição, que balançou as redes quatro vezes, duas na vitória suada por 2 a 1 sobre o Peru.
"Não jogamos para ser a melhor seleção da história, mas para uma vez por todas conquistar um título para o nosso país", afirmou o goleiro Claudio Bravo, do Barcelona.
Além da rivalidade dentro das quatro linhas, a final coloca frente a frente duas nações com histórico de tensões políticas, por isso jogadores de ambas as equipes pediram um clima de paz nas arquibancadas.
O pontapé inicial da grande decisão será dado às 17h00 (horário de Brasília), no estádio Nacional de Santiago, sob a direção do juiz colombiano Wilmar Roldán, auxiliado pelos compatriotas Alexander Guzmán e Cristian de La Cruz.
Prováveis escalações:
Argentina: Sergio Romero – Pablo Zabaleta, Ezequiel Garay, Nicolás Otamendi, Marcos Rojo – Lucas Biglia, Javier Mascherano, Javier Pastore – Lionel Messi, Sergio Agüero e Angel Di María. T: Gerardo Martino.
Chile: Claudio Bravo – Mauricio Isla, Gary Medel, Francisco Silva, Eugenio Jara – Marcelo Díaz, Charles Aránguiz, Arturo Vidal – Jorge Valdivia, Alexis Sánchez e Eduardo Vargas. T: Jorge Sampaoli.