A próxima quarta-feira será um dia especial para Julião Konrad, dono do Spettus. Pela primeira vez ele vai voltar para Chapecó depois da tragédia da Chapecoense que tanto abalou a si, a cidade e o mundo do futebol como um todo. “Não será fácil”, como ele mesmo pontuou, em outros momentos da entrevista. Contudo, cedo ou tarde, teria que voltar para lá. Acha que chegou o momento.
Logo depois da queda do avião nos arredores de Medellín-COL e que vitimou quase toda a delegação da Chapecoense, até pensou em ir para o município do coração. Mas achou que ele (o coração) não iria aguentar. “Fiquei naquela de ir ou não pra Chapecó. Me consultei com minhas filhas, amigos, advogado, presidente da Chapecoense. Me aconselharam pra não ir devido ao ambiente, era muita tristeza”, contou.
Passados mais de dois meses do acidente da Chapecoense, tomou a decisão de retornar à Chapecó. “Estou voltando pela primeira vez. Vai ser muita emoção, mas sou forte. Eu estou retornando na quarta-feira que vem para rever o pessoal, os sobreviventes. Quero dar um abraço no Neto, no Alan Ruschel, no Jackson Follmann e no radialista Rafael Henzel”, disse Julião, referindo-se aos sobreviventes.
O empresário comentou o estado dos amigos. “Eu estou louco pra chegar em Chapecó e abraçar o Neto, porque ele ainda está muito abalado, meio depressivo. Já Ruschel se continuar com essa recuperação daqui a pouco já está treinando com o time”, afirmou, mostrando confiança na volta por cima dos sobreviventes da Chapecoense.
Uma conversa especial deve ser com o Plínio David de Nês, o Maninho, que era presidente do Conselho Deliberativo e este ano assumiu a presidência da Chapecoense. “Quero falar com o Maninho e dar uma força né? Ver no que eu posso ajudar. Vou me colocar a disposição”, disse.
Como tem bastante intimidade com o novo comandante da Chape, Julião, inclusive, adiantou uma novidade. “Tenho conversado sempre com o Maninho. Ele foi para o Catar semana retrasada. Está fechando um grande patrocínio. É muito provável que ele vai conseguir o mesmo patrocinador do Barcelona que é a companhia aérea Catar. Inclusive estamos até jogando sem um patrocinador máster, já que isso está em negociação e deve se concluir em breve”, revelou.
Questionado sobre o futuro da Chapecoense, Julião não fugiu da pergunta, mas admitiu ainda não ter a resposta: “Já pensei nisso. Só o tempo vai se encarregar disso. Montar um time não é coisa fácil. Mas vamos ter fé”.