Daniel Alves recorda carreira e se vê 'seguido por gênios'

No sábado, Daniel Alves estará em campo com a Juventus diante do Real Madrid, em Cardiff, na disputa pelo principal título europeu de clubes
Wladmir Paulino
Publicado em 01/06/2017 às 15:59
No sábado, Daniel Alves estará em campo com a Juventus diante do Real Madrid, em Cardiff, na disputa pelo principal título europeu de clubes. Foto: Foto: AFP.


Daniel Alves veio a público nesta quinta-feira com uma reflexão sobre sua carreira. Às vésperas da final da Liga dos Campeões, o lateral da Juventus escreveu um texto no The Players Tribune - site utilizado para publicação de textos em primeira pessoa de atletas - no qual expunha "segredos" que o levaram mais uma vez à briga por um título de tanta importância.

No sábado, Daniel Alves estará em campo com a Juventus diante do Real Madrid, em Cardiff, na disputa pelo principal título europeu de clubes. E neste momento, o lateral relembrou do início de sua trajetória, de quando "caminhava 20 quilômetros da nossa fazenda até a escola", em Juazeiro, na Bahia, e "tinha de voltar correndo para conseguir chegar a tempo de jogar a pelada".

O jogador revelou que a infância pobre, a ida ao Bahia, onde se tornou profissional, e os tempos difíceis em seu início de trajetória no Sevilla, clube pelo qual ganhou destaque, vêm à mente antes de todo jogo. "Este é o filme que roda na minha cabeça quando eu olho para o espelho antes de cada partida. Ao final, antes de eu voltar para o vestiário, eu sempre digo a mesma coisa para mim mesmo."

Mas foi mesmo com o Barcelona que Daniel Alves marcou época e conquistou boa parte de seus 34 títulos como profissional. Ele integrou a mais vitoriosa geração de um dos maiores clubes do mundo, comandada em boa parte das conquistas por Pep Guardiola, a quem o jogador não poupou elogios.

"Se você virar a palavra 'futebol' de trás para frente, vai aparecer Pep. Ele é um gênio. Vou dizer novamente. Um gênio. Pep contaria para você exatamente como tudo ia acontecer num jogo antes mesmo da partida começar", exaltou. "Pep foi o primeiro treinador da minha vida que me ensinou a jogar sem a bola. E ele não somente exigiria que os jogadores mudassem seu jogo, ele nos fazia sentar e nos mostrava por que gostaria que nós mudássemos com estatísticas e vídeo."

Daniel Alves não escondeu que "até hoje, o Barça está no meu coração" e que vibrou pelo time catalão na histórica virada diante do Paris Saint-Germain nesta edição da Liga dos Campeões. Mas, novamente, o lateral mostrou a mágoa com os dirigentes pela forma como foi tratado em sua saída, há um ano, e lembrou de uma promessa feita por ele.

Desrespeito

"Fui desrespeitado pela cúpula dos dirigentes quando eu saí do clube no verão passado? Certamente que sim. É simplesmente a maneira como eu me sinto a respeito, e você jamais pode dizer algo diferente a esse respeito para mim. Quando eu fui para a Juventus, eu fiz uma promessa final para a cúpula do Barcelona. Eu disse: 'Vocês vão sentir saudades de mim'", lembrou.

Mas o próprio jogador admitiu uma certa "sorte" nos clube pelos quais passa. Se no Barcelona dividiu o campo com um dos melhores jogadores da história, Lionel Messi, na Juventus tem como companheiro o promissor Paulo Dybala, também argentino, de 23 anos, considerado "gênio" pelo lateral.

"Às vezes, eu penso que a vida é um círculo. Veja, eu não consigo escapar destes argentinos. No Barça, eu tinha o Messi. Na Juve, eu tenho o Dybala. Os gênios me seguem em todo o lugar, eu juro. Um dia, no treinamento, eu vi uma coisa no Dybala que eu vi no Messi. Não é apenas o dom do puro talento. Eu tenho visto isso muitas vezes na minha vida. É o dom do puro talento combinado com a vontade de conquistar o mundo."

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