Arena de Pernambuco em dia sem holofote e público

A Arena de Pernambuco teve um dia histórico neste domingo (21). Todavia esqueça holofotes, craques renomados ou grande público. O que fez a partida de ontem entre Vitória e Salgueiro pela segunda rodada do Campeonato Pernambucano, que terminou em 0x0, entrar para a história foi o fato de ser a primeira entre dois times do interior no local.

Acostumados a serem coadjuvantes, se viram como protagonistas e deram um dia histórico, pelo menos para a torcida. Bem pequena, é verdade. Apenas 374 pessoas compareceram ao estádio. O que quase rendeu mais uma marca histórica à praça esportiva, no caso negativa, como o segundo pior público da história da arena. Ela só ficou mais vazia no jogo entre Náutico e América-RN em maio de 2014 que foi testemunhado por 354 pessoas.

Torcida pequena, porém entusiasmada. A chance do Vitória atuar como mandante em um estádio que já foi palco da Copa do Mundo, Copa das Confederações e recebeu grandes estrelas do futebol internacional, fez muitos moradores de Vitória de Santo Antão viajarem 54 quilômetros até São Lourenço da Mata. Já que não podiam usar o Carneirão, fizeram da Arena de Pernambuco sua casa.

FAMÍLIAS

Como em toda casa nova, claro, houve um pouco de deslumbramento. E estranhamento também. De início, os torcedores do Tricolor das Tabocas se mostraram um pouco perdidos na imensidão do novo lar, mas pouco depois já se familiarizaram. Por falar em família, o que mais se viu foram várias indo pela primeira vez ao local.

Foi o caso do vendedor de picolé Carlos Roberto Tavares, conhecido como “Bebêu do Quik”, de 63 anos, que foi conhecer o estádio junto com os dois filhos e dois netos. “Hoje foi um dia muito especial para mim. Eu pude trazer minha família para conhecer a arena e torcer pelo Vitória. Quando soube que ele ia mandar os jogos aqui, não tive dúvida: reuni todo mundo. Um domingo bem família e para melhorar com futebol”, afirmou.

O filho dele, Emerson Roberto Tavares, que trabalha como operador de empilhadeira, se impressionou com a grandiosidade e estrutura do estádio. “Tenho que confessar que o tamanho impressionou bastante. Até porque estamos acostumados com estádio menores e bem precários como o da nossa cidade. Então isso aqui é um novo mundo pra gente. Um lugar aconchegante, bonito, com praça de alimentação e todo o suporte”, disse Emerson.

Com o estádio praticamente vazio, qualquer barulho fazia eco. Se aproveitando disto, o representante comercial Marcos dos Santos gritava e cantava bastante as músicas do Tricolor das Tabocas para incentivar os jogadores dentro de campo. “Claro que a gente preferia ver o nosso time jogando na nossa cidade, mas para nós é um grande orgulho ver o Vítória sendo mandante em um estádio de Copa”, afirmou.

Apesar de todo o apoio, os torcedores do Vitória não conseguiram soltar o grito do primeiro gol na arena como mandante, sobretudo pela ótima exibição do goleiro Mondragon, do Carcará, que fez boas defesas.