Bastou um mês para o início estável de técnicos no trio de ferro da capital ser abalado pela ciranda de treinadores. No domingo, com a saída de Roberto Fernandes do Náutico, fechou-se o primeiro ciclo de comandantes em Pernambuco em 2018. Os serviços prestados de Roberto, que foi campeão do Estadual há exatamente um mês, ou os 10 anos do título da Copa do Brasil de Nelsinho Baptista não foram suficientes para a permanência deles nos clubes. No Tricolor, Júnior Rocha abandonou o projeto da Cobra Coral e foi para o CRB.
No dia 8 de abril, o Náutico sagrava-se campeão do Estadual na Arena de Pernambuco, contra o Central. Menos de 30 dias depois, no dia 5 de maio, a única derrota do Timbu na Arena de Pernambuco no ano, o 4x2 ante o Confiança-SE, custou o cargo de Roberto Fernandes. Para a diretoria alvirrubra, mais do que a parte técnica, chegou a hora de mudar a filosofia no comando técnico.
“O perfil que a gente busca é de um treinador que, além de capacidade tática, também tenha uma habilidade grande na questão de gestão de grupo. Que olhe o motivacional e a necessidade de se levantar o psicológico do grupo. Aquela história de nem tanto ao mar, nem tanto a terra. Que não seja só cobrança ou só complacência, que entenda que tem que cobrar motivando e refazer o processo. Virar a chave é difícil e não é rápido. Brevidade é o que nos fez chegar a essa troca”, afirmou o vice-presidente Diógenes Braga.
Um dos principais nomes da conquista do título da Copa do Brasil em 2008, o técnico Nelsinho Baptista foi contratado pela diretoria do Sport em dezembro do ano passado com a responsabilidade de escrever uma história semelhante a de dez anos. Em pauta, no primeiro semestre, estavam a conquista do Pernambucano e ir o mais longe possível na Copa do Brasil. Nada disso foi concretizado. Eliminações precoces no Estadual (para o Central) e na competição nacional (Ferroviário-CE) para duas equipes da Série D.
De ídolo inconteste, Nelsinho passou a ter o seu trabalho colocado em xeque depois de um péssimo início no Brasileirão, após dura derrota por 3x0 para o América-MG. Porém, a saída, só viria na rodada posterior. No dia seguinte ao empate com o Botafogo, Baptista entregou o cargo. E, para piorar, saiu disparando fortes críticas contra a diretoria do clube, afirmando que essa tinha sido a sua última passagem pela Ilha do Retiro.
No Santa Cruz, o técnico Júnior Rocha quebrou à perspectiva de planejamento de longo prazo no Santa Cruz para aceitar a proposta do CRB e disputar a Série B. Ele acertou a saída após a estreia na Terceira Divisão para receber mais que o dobro de salário. O presidente Constantino Júnior bancou a contratação dele, que tinha feito cinco temporadas seguidas pela Luverdense, logo após ser eleito em dezembro do ano passado.
Apesar da classificação para as quartas de final da Copa do Nordeste, Júnior Rocha não começou com o pé direito no Arruda. Foi eliminado nas quartas de final para o Sport e na primeira fase da Copa do Brasil para o Fluminense de Feira. Desempenhos negativos, mas que não abalaram a confiança da diretoria no trabalho do jovem treinador de 36 anos. Por isso, a surpresa da cúpula coral quando o ex-comandante revelou que estava deixando o clube.