Bita, maior artilheiro da história do Náutico, com 223 gols. Traçaia, goleador máximo do Sport, com 202 tentos. Além de liderarem o ranking de gols na história dos centenários rivais, os dois atacantes têm em comum o fato de já terem brilhado em decisões de Campeonatos Pernambucanos. Bita e Traçaia são dois grandes personagens da rivalidade entre Sport e Náutico – que disputaram o primeiro encontro em 1909.
Hoje, na Ilha do Retiro, mais um capítulo será escrito, com a definição do campeão da temporada 2019. Para o Leão, vale o 42º título; para o Timbu, o 23º. Sport e Náutico se encontram em uma decisão do Estadual pela 18ª vez. A vantagem é vermelha e preta, com 11 troféus conquistados, contra seis do Náutico. O Leão levou a melhor nas últimas nove finais. A última derrota foi em 1968, justamente quando o Timbu faturou o até hoje insuperável hexa.
Na verdade, 1968 foi o fechamento de uma saga com amplo domínio do time de Conselheiro Rosa e Silva. A primeira taça do hexa, ganha em 1963, foi obtida sobre o Sport. O alvirrubro venceu o segundo jogo da melhor de três por 4x2, nos Aflitos. Bita fez um dos gols. Nino fez outro e Rinaldo dois.
A sina se repetiu em 1965, 1966 e 1968. O palco do jogo final da melhor de três em 1965 foi na Ilha do Retiro dessa vez. O Timbu fez 2x0, gols de Bita e Nino. No ano seguinte, uma goleada por 5x1 nos Aflitos, gols de Nino, Bita, Zé Carlos, Miruca e Lala. Já em 1968, o famoso gol de Ramos, na prorrogação, decretou o 1x0 sobre o Leão e a conquista do hexa. Os outros triunfos vermelho e branco em finais sobre o Sport foram em 1951 (1x0, gol de Fernandinho) e 1954 – 1x1, gol de Hamilton para o Náutico, que tinha vencido uma e empatado outra da melhor de três.
Mas os anos de 1950 também reservaram alegria aos rubro-negros. Em 1955, ano do cinquentenário leonino, a taça veio após um 3x2 sobre o Náutico, nos Aflitos. Os gols do Sport foram de Traçaia (2) e Naninho. Na década de 1960, logo em 1961, novo 3x2, na Ilha. Djalma, Alemão e Oswaldo balançaram a rede.
Nos anos de 1970, duas tacas emblemáticas. Em 1975, Assis Paraiba foi o herói do gol do título conquistado nos Aflitos, 1x0, quebrando jejum de 12 anos sem obter a taça do certame local. Em 1977, a incrível final interminável, que só acabou na segunda prorrogação, com o gol de Mauro.
O Sport superou o Náutico em finais duas vezes na década de 1980. Em 1981, com gols de Denô e Roberto Coração de Leão, na Ilha, o rubro-negro ganhou o campeonato, na verdade o supercampeonato, já que cada um do trio de ferro da capital tinha ganho uma etapa do Estadual daquele ano. Já em 1988, uma goleada por 4x1 selou o troféu. Os gols foram de Ribamar (dois), Robertinho e Augusto.
Na década seguinte, outras três conquistas sobre o rival. Em 1991, 3x0 na Ilha, com dois gols de Moura e outro de Hélio. No ano seguinte, 1x0, gol de Dinda, também no Adelmar da Costa Carvalho. Dois anos depois, em 1994, o triunfo em casa foi por 2x0, com Fábio e Chiquinho balançando a rede alvirrubra.
Os últimos dois troféus foram mais recentes. Em 2010, vitória apertada por 1x0, gol de Leandrão. O detalhe é que na ida, nos Aflitos, o Náutico chegou a abrir 3x0, mas o Sport reagiu para 3x2. Já em 2014, o título foi sacramentado com uma vitória por 1x0 na Arena Pernambuco, com gol de Durval.