O Esporte Clube Bahia anunciou em suas redes sociais, neste domingo (20), que seus jogadores irão entrar em campo no jogo desta segunda-feira (21) contra o Ceará, no Campeonato Brasileiro da Série A, vestindo a camisa do time com manchas gráficas de óleo. A medida é um manifesto contra os vestígios de petróleo cru que vêm sendo encontrados nas praias do Nordeste.
O time publicou em seu site oficial, ainda, uma nota de posicionamento cobrando explicações acerca do desastre ambiental. "Quem derramou esse óleo? Quem será punido por tamanha irresponsabilidade? Será que esse assunto vai ficar esquecido?", indaga a carta.
O manifesto também levanta a reflexão: "o que faz um ser humano atacar e destruir espaços sagrados? O lucro a qualquer custo pode ser capaz de destruir a ética e as leis que regem e viabilizam a humanidade? A barbárie deve ser tratada como tal, não como algo natural", completa.
Voluntários, funcionários de hotéis e pousadas, funcionários dos governos estadual e municipais retiraram juntos cerca de 30 toneladas das praias de Pernambuco somente neste sábado (19). Só em Ipojuca, 4 toneladas foram retiradas. Somado ao material dessa sexta-feira (18), 50 toneladas de óleo foram recolhidas do Estado. Além das praias, também foi removido material em alto-mar, na altura da praia de Muro Alto, em Ipojuca, por um dos barcos contratados pelo governo do Estado, e em alguns rios. Em Muro Alto, o material voltou a aparecer de maneira mais robusto à noite.
Investigações da Marinha e da Petrobras encontraram petróleo com a mesma "assinatura" do óleo da Venezuela nas manchas que estão poluindo o litoral nordestino. O governo de Nicolás Maduro, porém, negou que a Venezuela tenha relação com o óleo encontrado em ao menos 187 praias do Nordeste brasileiro. O ministro do Meio Ambiente do Brasil, Ricardo Salles, chegou a levantar suspeitas sobre um "navio estrangeiro", enquanto o presidente Jair Bolsonaro declarou ter "quase certeza" que o petróleo tem origem em um "ato criminoso".