Um dos grandes trunfos do Náutico nas duas últimas temporadas é o uso de atletas oriundos da base na equipe profissional. Desde que reformulou seu estatuto, foi posta uma obrigatoriedade de ter um mínimo de 25% do elenco principal composto por pratas da casa. Desta forma, nomes foram surgindo e sendo revelados, gerando retorno financeiro para o Timbu. Robinho, Luiz Henrique, Bruno, Thiago, Hereda, entre outros, se destacaram e saíram para outros clubes - no caso dos três primeiros -, ou estão chamando a atenção no mercado, como os dois últimos. Esse processo vai sedimentando a imagem do Timbu no país como um clube formador, uma das metas da atual gestão.
“Isso é um debate que a gente tinha aqui dentro, e o mais importante disso é que nesse ano a gente vendeu mais de três ou quatro atletas que saíram daqui. Robinho, Luiz Henrique, Jobson e várias propostas que a gente tem por vários atletas aqui, e atletas que a imprensa nem debate. E isso faz com que o Náutico seja observado por outros clubes. O cara vê um Luiz Henrique e Bruno indo para Portugal, o Robinho indo para o Red Bull Bragantino, então o pessoal vê que tem algo saindo daqui. E essa é a grande intenção, porque vem gerações muito boas aqui. A 2002 é muito boa, a 2004 é excelente. A intenção do clube era que o pessoal começasse a enxergar isso, implementando uma metodologia, melhorando o trabalho de captação que a gente quer evoluir muito em 2020”, avaliou o chefe do Centro de Inteligência do Náutico, Anderson Borges.
As negociações do goleiro Bruno para o Gil Vicente, o volante Luiz Henrique para o Moreirense e do atacante Robinho para o Red Bull Bragantino renderam pouco mais de R$ 2 milhões para os cofres alvirrubros neste ano. E para a próxima temporada, com as várias sondagens feitas por Thiago, há a intenção de torná-lo a maior venda da história do Náutico, superando o montante de R$ 4,5 milhões da negociação de Douglas Santos ao Granada-ESP, em 2013.
Além disso, um dos processos que o Alvirrubro busca melhorar para o futuro é a captação de atletas. O Nordeste é uma mina de grandes talentos e muitos deles chegam ao futebol profissional sem sequer passar por um clube da região. Já são levados cedo para clubes do Sudeste, Sul, e o Náutico quer mudar essa realidade, atraindo esses valores para si. Primeiro ampliando essa rede de observação em Pernambuco, abrangendo depois para a região.
“Os clubes do eixo Sul e Sudeste trabalham muito forte nisso. Por exemplo, o Verón, que foi o melhor no Mundial Sub-17, do Palmeiras, veio daqui do Rio Grande do Norte. Então a gente não consegue pegar os caras. Os outros vêm aqui e pegam antes porque têm melhor poder aquisitivo. E a gente quer investir primeiro em captação aqui na região em Recife, Pernambuco e estados vizinhos. Isso para conseguir captar atletas que consigam ter uma sequência de três ou quatro anos aqui na base, para que consiga galgar no profissional e chegar mais lapidado, pronto para o profissional da maneira que a gente quer”, acrescentou o analista.