Com a abertura da janela de realização da primeira etapa da Liga Mundial de Surfe na noite de ontem, na Gold Coast australiana, todas as atenções recaem, inevitavelmente, sobre o brasileiro Gabriel Medina. Atual bicampeão mundial, o paulista de 25 anos começa mais uma temporada tentando não sentir o peso da recente conquista. Medina também deve lutar contra os já tradicionais maus resultados nos primeiros eventos do ano. Outro obstáculo no caminho do brasileiro pode ser o retorno de John John Florence ao circuito. O havaiano é detentor dos títulos de 2016 e 2017, mas, no ano passado, foi obrigado a se afastar da disputa para tratar uma lesão.
Além de todos esses desafios, Gabriel Medina também vai ter de administrar o fato de o Mundial de Surfe ser uma das principais vias de classificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. A Olimpíada asiática marca a estreia do esporte no programa do evento poliesportivo. Os 10 primeiros do ranking mundial se credenciam ao torneio, sendo que cada país tem o limite de dois competidores nos naipes masculino e feminino. Contando com Medina, o Brasil tem 11 representantes na elite. Entre as mulheres, são duas atletas.
Em 2019, portanto, o País repete o número registrado no ano passado e novamente é a nação com o maior número de atletas na competição. Com isso, supera concorrentes tradicionais na modalidade, como Austrália e Estados Unidos.
Além de Gabriel Medina, outros nomes expressivos no Mundial são Filipe Toledo e Italo Ferreira, respectivamente terceiro e quarto colocados no ano passado.
Entre os rivais estrangeiros, destaque para o australiano Julian Wilson, atual vice-campeão, o havaiano John John Florence e do 11 vezes campeão mundial Kelly Slater. O norte-americano garantiu que este será o seu último ano no Tour e, ao término da temporada, deve, de fato, se aposentar.
Oito nomes do país tentarão surpreender: Willian Cardoso, Michael Rodrigues, Adriano de Souza (campeão em 2015 e que começa a temporada lesionado), Yago Dora, Jessé Mendes, Peterson Crisanto, Deivid Silva e Jadson André.
Já entre as mulheres, as representantes do país na elite são Tatiana Weston-Webb, que vive no Havaí desde os dois anos de idade e somente em 2018 passou a defender o Brasil, e a cearense Silvana Lima, 34, duas vezes vice-campeã mundial. Por serem as atletas mais fortes da modalidade a representar o Brasil no Mundial, ambas devem ser as donas das vagas do País em Tóquio-2020.
Há outras formas de se classificar para a próxima Olimpíada no surfe. Os Jogos Mundiais de Surfe (organizados pela ISA, federação internacional da modalidade) e o Pan-Americano de Lima, no meio do ano, também distribuirão vagas.
No caso brasileiro, porém, a tendência é que a lista seja definida já pelo primeiro critério de classificação, que é o desempenho no Mundial.