Objeto olímpico: os segredos da vara

As primeiras varas, no fim do século XIX, eram de madeira
AFP
Publicado em 15/08/2016 às 8:56
As primeiras varas, no fim do século XIX, eram de madeira Foto: FRANCK FIFE / AFP


Madeira, bambu, metal ou fibra de carbono: os materiais utilizados para fabricar as varas do atletismo evoluíram com os progressos tecnológicos, para garantir ao mesmo tempo marcas mais expressivas e mais segurança para os saltadores.

As primeiras varas, no fim do século XIX, são de madeira. Carvalho, cerejeira, freixo... O objeto é totalmente rígido. A modalidade está apenas começando, mas já faz parte do programa olímpico nos primeiros Jogos da era moderna, em 1896, em Atenas.

À medida que o esporte vai evoluindo, o bambu passa a ser o material predileto. Menos rígido, e, sobretudo, mais leve, ele permite fabricar varas maiores, que portanto levam o atleta a saltar mais alto.

Desta forma, a modalidade entra numa dimensão mais atlética e menos ginástica.

O uso do bambu, junto com a criação da caixa de apoio para fincar a vara, ajudam atletas a ultrapassar a barreira dos quatro metros.

O primeiro a alcançar a marca é o americano Marc Wright, em 1912, considerado o primeiro recordista mundial da modalidade, com direito a homologação da Federação Internacional de Atletismo (IAAF).

Outro destaque da era do bambu foi o também americano Cornelius Warmerdam, primeira grande estrela da modalidade. Com saltos nas alturas, o californiano elevou o recorde mundial a 4,77 m ao ar livre em 1942 e 4,79 m indoor em 1943.

Do alumínio ao carbono

O ano de 1943 é marcado por mais uma grande inovação tecnológica, com as primeiras varas em alumínio, com as quais o americano Bob Richards se sagrou bicampeão olímpico, em 1956 e 1960.

Mas o grande marco é o uso da fibra de carbono, que leva o recorde mundial a outro patamar, além da segurança proporcionada pelo colchão de recepção, que acaba com o temor de cair de mau jeito.

Diz a lenda que a inovação foi inspirada na tecnologia usada pela Nasa, agência espacial americana, que travava uma luta ferrenha contra os soviéticos durante a guerra fria.

O americano Brian Sternberg é o primeiro a passar o sarrafo de 5 metros, em 1963, até o ucraniano Serguei Bubka alcançar 6 m, em 1985.

Vinte anos depois, Yelena Isinbayeva se torna a primeira mulher a saltar 5 metros. A 'Czarina' está fora dos Jogos do Rio por causa do escândalo de doping que tirou o atletismo do seu país de todas as competições internacionais.

As varas modernas são fabricadas com um composto de fibra de vidro de carbono, para ficar ao mesmo tempo mais leves, flexíveis e resistentes.

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