Apesar de admitir que o gramado do Flamengo de Arcoverde, o Áureo Bradley, possui falhas, o presidente do clube, Olavo Bandeira, rebateu às críticas do presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), Evandro Carvalho. Na manhã desta quinta-feira (24), o mandatário da entidade afirmou que toda a responsabilidade pelas condições do Estádio e do gramado são do executivo do clube e da Prefeitura de Arcoverde. Por outro lado, o dirigente do Flamengo-PE declarou que sempre esteve à disposição da Federação para cumprir com todas as obrigações solicitadas.
"Existe algumas falhas no gramado, mas isso é em todo o interior e na capital também. No Arruda tem falha, ou não tem?", indagou o mandatário da Fera Sertaneja, Olavo Bandeira, em entrevista ao Blog do Torcedor. De acordo com ele, o Flamengo de Arcoverde fez todas as vistorias solicitadas pela federação para que o Áureo Bradley fosse utilizado ao longo do Campeonato Pernambucano. "Estamos sempre à disposição da FPF para realizar todas as exigências solicitadas, como sempre foi feito", destacou.
Olavo Bandeira ressaltou que as falhas nos gramados são comuns a todos os estádios de Pernambuco."Em todos os campos do Interior existem falhas estruturais e no campo. Mas isso se deve à nossa dificuldade de acesso à água. Passamos por um longo período de seca".
Ele também fez um questionamento em relação à ameaça de interdição do Áureo Bradley em 2020. Evandro Carvalho disse que se não houver melhoria na estrutura do gramado, não serão disputados jogos em Arcoverde pelo futebol profissional na próxima edição do Campeonato Pernambucano. Para Olavo, assim como o gramado do Bradley, o campo do José do Rego Maciel também não tem qualidade, e que mesmo assim o Arruda não está ameaçado de interdição. "O campo do Arruda não é bom. Por causa disso, eles vão interditar também? Então não vai ter mais futebol em Pernambuco", questionou.
Outro fator apontado que contribui para o desgaste do campo, é a constante utilização do mesmo, não apenas para jogos oficiais. Os treinos da equipe também são realizados no Áureo Bradley. "O Santa Cruz também não tinha CT e veio ter agora. O Arruda nunca foi bom. Por causa disso, a Federação vai interditar também? O Ademir Cunha, o Estádio do Petrolina... vão interditar? Mas é sempre isso quando um clube pequeno começa a incomodar".
Ainda conforme Bandeira, os clubes grandes não têm o costume de admitir a superioridade técnica dos times interioranos, em determinados momentos. "O que acontece é que quando um time do Interior começa a se destacar, os grandes fazem pressão por não aceitarem. Aí usam os argumentos de que o time teve sorte, de que foi um acaso no futebol, de que foram as condições do gramado, e nunca admitem que um clube do Interior é superior aos da capital".
E citou um exemplo prático, de acordo com a própria análise da partida da noite dessa quarta-feira (23), válida pela segunda rodada do Campeonato Pernambucano, entre Flamengo-PE e Santa Cruz. "A partir disso, os grandes começam a pressionar a Federação, gerando esse grande problema. Prova disso é que em determinado momento, o goleiro do Santa começou a fazer cera para bater meta".
Olavo Bandeira também mencionou a realidade do Santa Cruz no futebol nacional, afirmando que o Tricolor não vai encontrar condições melhores disputando a Terceira Divisão. "É bom lembrar que o Santa Cruz está na Série C, e que se eles quiserem disputar jogos em gramado bom, terão primeiro que subir para a Série A".
Reconhecendo que o gramado do Áureo Bradley precisa passar por melhorias, Olavo Bandeira afirmou que o Flamengo de Arcoverde já está providenciando reformulação no campo. "Vamos fazer uma revitalização (no gramado). Também faremos uma perfuração de dois poços no estádio. É bom lembrar também que não temos Centro de Treinamento, assim como boa parte dos times do Interior", finalizou.