Ao longo do processo da reforma estatutária que tem passado o Santa Cruz nos últimos meses, mais um passo foi dado. Na noite da última segunda-feira (30), foi apresentado um documento com propostas elaboradas pela Comissão Especial de Reforma do Estatuto. Criado em setembro de 2018, o grupo tem trabalhado em conjunto para modernizar o regimento coral.
Entre as principais mudanças propostas está a extinção da Comissão Patrimonial. Ponto cobrado pelos torcedores e que consta entre as propostas apresentadas no documento. Desta maneira, deixaria de ser um poder independente no Santa Cruz e se tornaria uma diretoria subordinada ao Executivo. Entre os que são contra essa mudança, o argumento é de que haja uma destinação para outros setores da verba que serve para a manutenção de todo o patrimônio coral.
“Sempre houve um questionamento de algumas pessoas por talvez desconhecer o clube e o formato da Comissão Patrimonial. É uma comissão integrada de pessoas que tem a vivência do clube, não é um poder solitário, é um poder harmônico e sempre foi. Hoje têm umas pessoas no clube com pensamento diferente e querem acabar. Acredito que, se isso for aprovado, será um prejuízo enorme para o clube. Porque a modernização do clube hoje é compartilhada, com cada setor é administrado com independência e harmonia. Eu sempre fui apologista da Comissão Patrimonial, sempre defendi. O clube precisa dessa independência financeira no que diz respeito ao patrimônio”, comentou o diretor financeiro da Comissão Patrimonial e integrante da Comissão Especial da reforma, João Caixero.
Porém, de acordo com a proposta, esta mudança no direcionamento das receitas não existirá. Apesar de ser “rebaixada” ao status de diretoria, a Comissão Patrimonial terá o suas receitas mantidas - aluguel de cadeiras e camarotes, entre outras formas de arrecadação. O presidente do executivo, mesmo sendo superior à direção patrimonial, não poderá mexer nesse dinheiro e destiná-lo à outro setor. A diferença ocorre no ponto em que o mandatário eleito indicará o nome que vai comandar esse departamento, sendo subordinado hierarquicamente ao poder executivo da Cobra Coral.
“O fluxo financeiro (do clube) fica dentro do mesmo caixa, como se tivesse uma rubrica orçamentária própria. Que tenha uma reserva financeira destinada para isso, mas isso não implicaria dizer que o presidente teria limitação no seu poder. Esse é só um mecanismo de gestão e escala-se uma diretoria com recursos próprios”, comentou o presidente da Comissão Especial de Reforma do Estatuto do Santa Cruz, Mário Godoy.
De acordo com o que foi proposto na última segunda-feira, além da extinção da Comissão Patrimonial como um poder independente no Santa Cruz, também existem outras mudanças nos poderes Executivo e Deliberativo e no conselho administrativo do clube.