Olhando para o futuro, o Santa Cruz dá início a uma das semanas mais importantes de sua história em 105 anos de atividade. Na próxima quinta-feira (24), representantes da atual gestão do clube e líderes políticos de grupos de torcedores se juntarão ao Comitê de Reforma do Estatuto, para concluir a minuta que será apresentada ao Conselho Deliberativo, com propostas que devem mudar o regimento da associação nos próximos anos.
“Os grupos, como o Pró-Santa e o Intervenção Popular Coral, solicitaram participação na nossa reunião e isso foi deferido de uma forma democrática, para ouvi-los com mais tempo, para que eles sustentem as suas razões e depois a reunião faça uma deliberação interna, para incorporar ou não essas propostas. Tanto as ideias dos grupos, quanto as demais que estamos recebendo por e-mail e dos torcedores que estiveram aqui. Em seguida, vamos pedir pauta para o Conselho, para que comece a ser votado efetivamente o novo estatuto do Santa Cruz. O mais rápido possível a gente espera liberar essa minuta”, destacou o presidente da Comissão de Reforma, Mário Godoy.
Entre os pontos debatidos, regimentos que tecem ideias sobre a atuação do poder Executivo do Santa Cruz, além do próprio Conselho, e as demais potências políticas hoje que têm atividade no clube.
O mais controverso diz respeito à forma como será revisada a atuação da Comissão Patrimonial, então presidida pelo ex-presidente executivo, João Caixero. No modelo proposto, o órgão que atua como terceiro poder, paralelo ao Executivo, deve ser transformado em uma diretoria.
“Eu me coloquei contrario à proposta em função de uma razão de ser, única e exclusivamente da Patrimonial. Para que realizasse o seu ideal no estádio, com a finalidade de manter o patrimônio do clube”, apontou João Caixero, antes de justificar o motivo.
“Esse processo sempre foi questionado no Santa Cruz. Sempre houve o interesse do departamento de futebol, que é o carro-chefe do clube, sobre os recursos da Comissão Patrimonial para socorrer o Executivo. O Santa Cruz precisa se modernizar, mas com segurança. A Comissão Patrimonial não é segura para manter poder no clube, mas para manter a utilização do nosso estádio. Temos um estádio que cabe 60 mil pessoas, que não é nada fácil manter em atividade.”
Caixero ainda ressalta a diferença de receitas ao longo da história do clube. “Antigamente, o futebol era bastante ativo, tínhamos receita suficiente para manter reformas. Hoje temos somente dois turnos, e passamos de 15 para quatro clássicos”, apontou.