A próxima temporada marca o último ano da gestão Constantino Júnior no Santa Cruz. No ano de 2020, o presidente coral quer deixar uma imagem melhor em relação aos dois primeiros anos no comando do tricolor. Em entrevista aos repórteres Davi Saboya, do Blog do Torcedor e Jornal do Commercio, e Antônio Gabriel, da Rádio Jornal, o mandatário falou sobre o passado, presente e futuro do Tricolor do Arruda.
CARTADA FINAL
Sempre queremos o melhor, vencer, principalmente quando se trata do clube que a gente ama. Para muitos a história recente não vale nada, o que vale é o último ano. Tenho consciência de tudo e me cobro muito. Até porque as vitórias, conquistas, trazem um peso maior. Se a gente conseguiu com tão pouco em outros anos, temos que obter ainda mais agora. Sei que essa é a cobrança. Prometo que vou trabalhar com muito mais dedicação. Sabemos das dificuldades do Santa Cruz e iremos caminhar com os pés no chão.
PRÓXIMO ANO
Vejo um ano de dificuldades, mas também bastante empenho e trabalho. Os desafios não serão obstáculos para que a gente deixe de buscar conquistas. Então quem trabalha e milita em um clube como o Santa Cruz tem que pensar grande. Cabe a mim ter bons profissionais ao redor. Preciso continuar esse trabalho. Mais do que nunca, no último ano de gestão, quero vencer.
SENTIMENTO
Claro que o torcedor está ferido pelo o que aconteceu nas últimas temporadas. Mas vamos buscar como nunca os objetivos traçados para 2020. Quero mais, quero ser vitorioso como presidente assim como fui como dirigente. Vai ser um ano de empenho e precisarei da união completa de dirigentes e torcida. Quando a gente caminha junto tudo fica mais fácil.
ECONOMIA
Vivemos um momento difícil economicamente. Às vezes, o futebol demora a sentir. Mas chega. Atualmente existe uma diminuição grande de público. Por exemplo, se pegar o Santa Cruz em 2011, faturava três vezes mais em camisa quando estava na Série D em relação ao momento atual na Série C. O futebol tem esses ciclos. Só que não podemos ficar parados e temos que buscar novas receitas, fazer mais receitas e criar ativos. Todos os dias trabalhamos para evoluir nesse sentido. Gerar mais ativos com atletas promissores e criar mais parcerias comerciais.
PASSADO
O clube carrega um passivo muito grande dos anos anteriores. Temos profissionais buscando resolver essas questões tributárias e trabalhistas. Uma força integrada visando o Santa Cruz a médio e longo prazo. Da nossa parte é necessário austeridade para cuidar dos nossos recursos. Precisamos fazer um aumento exponencial de caixa para atingirmos o grande patamar que o Santa merece. Isso que iremos tentar para 2020. E paralelamente, que seja um ano de menos dificuldade e mais êxitos no futebol ao longo de toda próxima temporada nas competições que iremos disputar.
LEGADO
Uma gestão que cuidou de um clube com carinho e cuidado. Para isso, busquei me cercar dos melhores profissionais nas respectivas áreas do clube. Alguns nesse momento são estatutários. Em outros departamentos, temos escritórios de pessoas que são apaixonados pelo Santa Cruz e estão dispostas a contribuir. Na comunicação, um profissional do quilate de Álvaro Claudino. No futebol, um executivo conceituado feito Nei Pandolfo. Quero deixar a casa arrumada e fundamentalmente com conquistas esportivas. Darei minha vida. Vou me empenhar bastante para conseguir os objetivos e conquistar o acesso à Série B, que irá gerar uma melhor condição.
FUNÇÕES
Preciso encontrar um equilíbrio entre o futebol e a presidência. Claro que não posso me dedicar integralmente ao futebol. Ainda mais porque temos um experiente profissional no setor feito Nei (Pandolfo). Só que preciso buscar condições e parcerias para ele trabalhar com tranquilidade. Até um suporte para comunicação, se for preciso. Como presidente, o leque de funções é maior. Não posso deixar de lado nenhum setor. Hoje, no futebol, não temos condições para montar a equipe desejada, mas às vezes conseguimos abrir portas para ter atletas de qualidade com um custo mais baixo. Existem situações que podem ser pavimentadas e eu sempre vou buscar isso. Situações essas que o futebol e o nosso futuro treinador irão sempre solicitar.
DEDICAÇÃO
Perdi meu pai precocemente aos 17 anos. Sempre frequentei o Santa Cruz desde muito cedo com meu pai. Então, o clube é o que me ligava e liga ao meu pai. Tive a oportunidade de ser diretor no final de 2010 na gestão Antônio Luiz Neto. Acho que conseguimos trilhar um caminho de vitórias. Muitas vezes a imagem que o torcedor tem é inverdade. Acho até pelo tempo na linha de frente do clube. O desgaste é muito grande. É preciso apoio da família, de entender esse lado. E tenho muito isso na minha esposa e filhas. Minha esposa me conheceu sabendo que gosto muito de futebol, do Santa Cruz. Em algumas oportunidades, para o torcedor e imprensa, você é o que você conquista naquele momento. Se perder, não tem nada. Pretendo encerrar esse ciclo com vitórias. Para isso preciso de cada vez mais pessoas ao meu redor e nunca irei fechar as portas. O Santa Cruz precisa sempre de uma oxigenação.
FUTURO
Em 2017, passei por um problema grave de saúde e nesse ano foi semelhante. O futebol estressa muito, não é possível manter uma regularidade de atividade física. Os próprios médicos dizem o quanto o estresse mexe com o corpo. Depois desse ano, preciso pavimentar um caminho para cuidar da minha saúde. É um trato que tenho com a minha família. Mas tratos esses que já tive que mudar. Preciso cuidar um pouco de mim. Só que nunca deixei de medir esforços para ter uma maior tranquilidade administrativa no clube. Venho trabalhando todos os dias para os esforços serem recompensados. Ainda mais com o sucesso dentro de campo, pois isso é o que deixa o nome marcado. No entanto, não irei fazer loucuras. Mas dedicação não irá faltar de ninguém em 2020. Podem trabalhar igual em outro lugar, mais nunca. Quem chegar precisa incorporar esse espírito. Depois que atingir o nosso objetivo, pensarei de forma definitiva sobre o furo. Porém, já adianto que preciso cuidar de mim e da minha família em seguida.