Restando sete jogos para o fim da Série B, o Sport entra em contagem regressiva também para garantir o acesso de volta à Primeira Divisão em 2020. Mas ao mesmo tempo, o torcedor quer mais, quer a conquista do título. Com seis pontos e quatro vitórias atrás do líder Bragantino, mesmo com poucas rodadas parte dos rubro-negros se mostram eufóricos para buscar o bicampeonato. Empolgação que o técnico Guto Ferreira vê como prejudicial e tenta blindar o elenco para evitar a perda de foco no principal objetivo.
"Segurar qualquer tipo de euforia, mostrar (aos jogadores) que o que nos trouxe até aqui foram determinados comportamentos. Eles passaram por muitas experiências positivas e negativas nesse campeonato longo. Que eles consigam nesse momento manter uma linha de conduta, com foco, um nível de atenção de pensamento dentro das experiências positivas, para que sigam os resultados positivos. A euforia não vai nos levar a nada. Se a gente entra nesse embalo, ele vai nos levar a qualquer lugar, menos lá em cima. É pé no chão", recomenda o treinador.
Apesar da preocupação com a manutenção do foco, Guto não nega o desejo pelo título, mas lembra que o Sport não depende apenas de si e que pode ser alcançado pelos outros adversários. "Sonhar, nós vamos continuar sonhando, mas hoje o título não depende só da gente. Depende dos erros do Bragantino e a gente seguir firmes. Só que nós temos que estar conscientes que, embora a gente viva uma fase muito boa e trabalhamos para antecipar esse acesso, ainda assim a gente luta com concorrentes que também estão buscando coisas importantes e não é simplesmente jogar certeza que vamos ganhar", ressalta.
Para o treinador, os atletas precisam seguir passo a passo sem mirar o título antes do acesso, objetivo principal. "Temos que jogar melhor do que eles e conseguir no jogo ser superiores a eles. Ninguém chega no último degrau da escada se não passar pelo primeiro, pelo segundo ou o terceiro. Tem que mirar sim, lá em cima, para que se eles vacilem você consiga atingir, mas a gente não pode carregar a pressão do título", e completa.
"É pressão que não é nossa ainda. Porque daqui a pouco, se a gente não atinge, vira obrigação, e não podemos carregar a obrigação. Título você trabalha para conseguir. A obrigação dá um nível de pressão desnecessária e aí deixa de ser Sport."
Como exemplo disso, o treinador faz um paralelo com a cobrança sempre inerente à seleção brasileira, seja em amistosos ou em Copa do Mundo. "A seleção brasileira sempre que entra em campo, entra com a pressão de ter que ganhar e de ser campeão. Aí começa a oscilar, muitas vezes por não estar preparada para suportar essa pressão que vem de fora para dentro. Nós não podemos ter essa pressão. Se chegamos até aqui é porque mantivemos os pés no chão e a cabeça focada. É isso que vai nos levar a chegar ao nosso objetivo", conclui Guto Ferreira.