Quase todo o efetivo das Polícias Civil, Militar, Científica e do Corpo de Bombeiros (27,5 mil pessoas) trabalhará entre os dias 13 e 18 de fevereiro para garantir a segurança no Carnaval de Pernambuco. Como alguns são escalados mais de um dia, o número de lançamentos no período será de 33.535 profissionais. O esquema foi divulgado, ontem, em coletiva de imprensa na sede da Secretaria de Defesa Social (SDS), em Santo Amaro, área central do Recife. Os policiais vão ter apoio de 643 câmeras de videomonitoramento e dois helicópteros equipados para resgates e operações especiais.
Maior bloco carnavalesco do mundo, o Galo da Madrugada, que desfila no sábado, recebeu atenção especial. Serão 4.333 policiais militares e civis em atuação, além de 1.188 bombeiros e 76 peritos criminais, papiloscopistas, médicos legistas e auxiliares. No percurso, 33 câmeras exclusivas. Dois Juizados do Folião funcionarão das 13h às 21h, no Fórum Thomaz de Aquino (Av. Martins de Barros) e na Estação Central do Metrô (Rua Floriano Peixoto), para julgar pequenos delitos.
Entre o domingo e a terça-feira, o policiamento será reforçado nos principais polos do Recife, Região Metropolitana, Sítio Histórico de Olinda e interior do Estado, com ações em campo e por meio de plataformas. Para a capital, que além do Bairro do Recife manterá outros 63 polos descentralizados, estão programados 6.821 lançamentos, entre policiais militares, civis e bombeiros. No Sítio Histórico de Olinda serão 2.909.
O interior concentra o maior número: mais de 10 mil lançamentos. “Eventos como o Papangu de Bezerros receberão mais atenção, pois concentram mais gente. Só de PMs serão 134 no dia”, salientou o coronel Pereira Neto, comandante da Polícia Militar.
Delegacias de plantão, ouvidoria e corregedoria fazem parte do esquema. Na orla marítima e fluvial, os bombeiros manterão dez embarcações e seis viaturas de plantão para 405 lançamentos. Outros 148 lançamentos estão programados entre os peritos criminais, papiloscopistas, médicos legislas e auxiliares.
A operação será monitorada por um Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR), que funcionará no bairro de São José, das 19h do dia 13 às 19h do dia 18, ininterruptamente. Lá, trabalharão em conjunto a SDS, prefeituras, Metrô do Recife, Consórcio Grande Recife de Transportes e Companhia Energética de Pernambuco (Celpe). "Estamos prontos para oferecer um dos carnavais mais seguros aos pernambucanos e turistas”, declarou o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho.
PROPOSTA - A possibilidade de uma greve dos policiais e bombeiros militares em pleno Carnaval 2015 poderá ser descartada ou potencializada nesta quarta-feira (4). Às 15h, o governo de Pernambuco anuncia propostas concretas de melhorias de trabalho para a categoria. Uma reunião foi anunciada entre o secretário de Administração, Milton Coelho, e as entidades representativas da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, na sede da secretaria, no Pina, Zona Sul do Recife. No caso de uma possível paralisação, entretanto, o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, já adiantou que acionará forças federais para garantir o policiamento.
A expectativa é grande entre os líderes dos PMs e bombeiros militares. “Torcemos para que a proposta seja de ganhos reais porque a categoria está muito insatisfeita. Que venham soluções concretas para recuperar as perdas dos militares em geral. Caso contrário, a situação vai se complicar porque os ânimos da tropa estão acirrados. Havendo uma proposta boa, iremos defendê-la junto aos policiais na assembleia do próximo dia 10”, afirmou o presidente da Associação de Praças dos Policiais e Bombeiros Militares de Pernambuco (Aspra-PE), José Roberto Vieira. Os policiais e bombeiros militares apresentaram uma pauta de reivindicações ao governo do Estado no dia 26 de janeiro e, após uma passeata, decidiram esperar uma resposta até o dia 10, quando uma nova assembleia está marcada para definir a paralisação durante o Carnaval.
A Secretaria Estadual de Administração limitou-se a explicar que as propostas tratam da nova lei de promoções das carreiras militares, com base nos pleitos da categoria. Reajustes salariais também estariam no pacote. “A categoria suspendeu a greve do ano passado porque o governo se comprometeu. Agora é a vez de cumprir com a palavra”, ressaltou José Roberto Vieira.
“Entendo que greve não é o caminho, até porque é proibida. Mas quem vai decidir se faz greve ou não é a tropa. Vamos atender ao que for possível, mas não podemos assumir um compromisso maior do que a receita permite”, afirma Alessandro Carvalho. “Havendo paralisação, a resposta para o ordenamento é pedir apoio das forças federais, como fizemos no ano passado”.