Família oferece R$ 10 mil por pistas de morte na USP

Qualquer informação sobre suspeitas deve ser enviada a uma página da rede social Facebook criada para colher informações dessa natureza, na qual se manterá o sigilo
Carolina Sá Leitão
Publicado em 26/09/2014 às 20:27


A família do estudante Victor Hugo Marques Santos está oferecendo R$ 10 mil por informações que levem ao esclarecimento da morte do jovem. O valor foi reunido por amigos e parentes da vítima e será pago por pistas "precisas e concretas".

A iniciativa foi divulgada na tarde desta sexta-feira (26) quando os pais do jovem falaram à imprensa sobre o caso. Qualquer informação sobre suspeitas deve ser enviada a uma página da rede social Facebook criada para colher informações dessa natureza, na qual se manterá o sigilo. A página foi intitulada de "Victor Hugo Mistério".

De acordo com o advogado que representa a família, Ademar Gomes, o objetivo é auxiliar os trabalhos de investigação. "Todas as informações serão repassadas à polícia com intuito de esclarecer o fato", disse Gomes.

Bastante emocionados, os pais do jovem relataram o drama desde o desaparecimento do garoto, na madrugada do sábado passado. "Ceifaram a vida do meu filho. Queremos saber o que aconteceu", disse o bancário José Marques Santos, pai de Victor.

Chorando a todo momento, a mãe de Victor, a podóloga Vilma da Consolação, também expressou indignação quanto à morte do seu filho. "Ele saiu de casa e ele queria voltar. Isso eu tenho certeza. Ele tinha planos para o futuro", disse Vilma. 

O caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil paulista. Dezesseis pessoas, entre amigos, familiares e seguranças já prestaram depoimento para fornecer detalhes da festa na cidade universitária.

Caso

O evento organizado pelo Grêmio da Escola Politécnica da USP aconteceu no velódromo da instituição e contou com a presença de cinco mil pessoas. Victor desapareceu na madrugada do sábado e o seu corpo foi encontrado na manhã da terça-feira passada na raia olímpica, a 100 metros do velódromo.

Os familiares fizeram críticas ao espaço da festa e à organização. "O espaço é um mausoléu. Não tem segurança alguma", disse José Marques. O advogado Ademar Gomes disse que pretende acionar judicialmente na área cível a USP, o Grêmio e a empresa de segurança do evento pelo ocorrido.

Os pais encararam de forma positiva a proibição imposta pela direção da Poli a novas festas no campus. "Quando soubemos disso ficamos felizes. Sinal de que nosso anjo já está agindo. Essa perda tem que ser um marco para que outras pessoas não se percam desse jeito", disse Marques.

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