Relatório diz que dinheiro de Eike sumiu

Sumiram dólares, reais e euros de um cofre na 3ª Vara Federal
Folhapress
Publicado em 09/03/2015 às 22:06
Sumiram dólares, reais e euros de um cofre na 3ª Vara Federal Foto: Foto: Polícia Federal


A Corregedoria do TRF (Tribunal Regional Federal) da 2ª Região (RJ e ES) apontou cinco supostas irregularidades praticadas pelo juiz Flávio Roberto de Souza, responsável por todos os processos contra o empresário Eike Batista na Justiça Federal do Rio até ser flagrado dirigindo o Porsche do empresário que havia mandado apreender.

Souza, que na semana passada foi afastado das funções do cargo de titular da 3ª Vara Federal Criminal, está sendo investigado pelo uso indevido do Porsche, o sumiço de parte do dinheiro apreendido no caso do empresário, o desaparecimento de R$ 600 mil apreendidos do traficante espanhol Oliver Ortiz Zarate e o fato de o juiz ter deixado de dar sentença em processo contra fiscais quando era substituto, apesar de ter conduzido todo o caso.

A Polícia Federal realiza buscas pedidas pelo Ministério Público Federal que podem embasar a abertura de uma ação penal. O juiz teve seu passaporte apreendido preventivamente nesta segunda (9) pela Justiça, porque, segundo o Ministério Público Federal, ele teria uma viagem marcada.

O advogado Renato Tonini, que defende o juiz, disse que não falaria sobre os procedimentos penal e administrativo, que estão sob sigilo.

O relatório apresentado pelo corregedor, Guilherme Couto de Castro, mostrou que sumiram dólares, reais e euros de um cofre na 3ª Vara Federal. A verba deveria estar em um banco e não na Vara Federal. De Eike eram R$ 27 mil, US$ 443 e 1.000 euros.

Segundo a Corregedoria, o juiz afirma que o dinheiro não desapareceu. Novas buscas estão sendo feitas pela Polícia Federal para confirmar a versão do magistrado.

As buscas foram pedidas pelo procurador José Augusto Vagos. A averiguação na Vara Federal foi feita por dois juízes e levou cinco dias.

O TRF divulgou que outras irregularidades foram cometidas e que "os mecanismos de adequação estão sendo adotados". Uma das "adequações" foi a exoneração do diretor da 3ª Vara Federal.

O servidor era responsável por medidas administrativas na Vara Federal e é suspeito de atuar junto ao juiz.

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