Ganhar na loteria é um sonho para muitos. Um grupo de policiais do Batalhão de Santo André, no ABC Paulista,
São Paulo, foi contemplado com o prêmio em um bolão e decidiu doar parte do que foi ganho, cerca de R$ 3 mil para ajudar no pagamento da cirurgia de uma menina de 12 anos. Isabela Diringer nasceu com gastrosquise, uma malformação em que o intestino se desenvolve fora do corpo. Ela sempre precisa ser hospitalizada e nunca pode comer normalmente. A cirurgia, que deve ser feita na Inglaterra, tem um custo total de R$ 500 mil.
Um dos policiais militares visitou Isabela no hospital para entregar o comprovante da doação. No vídeo feito pelo policial militar Ricardo dos Santos, ela agradece pelo valor doado e pede que Deus os abençoe.
“Vim aqui pra trazer pra família da Isa esse comprovante, demonstrando carinho, amor que a Polícia Militar tem para com os nossos. Quero agradecer também aos colaboradores. Aos mais de 200 policiais militares e os civis, que juntos, concordaram em dar esse presente pra ela”, declara. A menina pega o comprovante e os dois se abraçam. No vídeo, a mãe da Isa, a cabo Glaucia Marina Diringer, agradece a doação. “Muito obrigada e que Deus abençoe vocês”, diz.
A cabo Gláucia Marina Ramos Diringer, mãe da menina, conta que sonha em dar à filha mais velha uma vida normal e, para isso, começou uma mobilização na cidade de Mogi das Cruzes.
Policiais militares de Mogi das Cruzes, São Paulo, decidiram criar uma campanha para ajudar a cabo Gláucia Marina Ramos a arrecadar os R$ 500 mil necessários para custear a cirurgia da filha na Inglaterra. Isabela Diringer,12, tem o intestino mais curto, com apenas 17 centímetros, e nunca pode se alimentar normalmente. Aos 12 anos, ela tem altura e desenvolvimento neurológico de uma criança de 6 anos. Os policiais distribuíram vídeos e áudios com a mãe pedindo socorro para a menina na última vez que ela precisou ser hospitalizada e pedem ajuda para a cirurgia. Para dar a ela os cuidados necessários, a mãe até fez um curso de enfermagem.
“Nessa técnica da Inglaterra, o médico abre o intestino e reconstrói a vascularização. O médico deu 92% de chance de eliminar a alimentação parenteral (via intravenosa) e o catéter. Teve uma menina de Aracajú (SE) que foi para lá e fez, conseguindo aumentar o intestino e hoje tem uma vida normal”, afirma Gláucia no site Ajude Isa, criado para reforçar a mobilização.
Além dos policiais militares, quem também abraçou a causa foi o o almoxarife David Pereira de Castro, que fez o parto da própria filha com a ajuda da mãe de Isabela. A cabo Gláucia deu as orientações para a realização do parto da pequena Laura Oliveira de Castro, por telefone, por meio do atendimento pelo 190.
Citando a policial como "anjo da guarda" da filha, Castro relatou que, apesar de já ter três filhos, nunca tinha visto um parto na vida. Ele estava trabalhando quando a esposa ligou e disse que tinha rompido a bolsa. Os dois estavam na garagem de casa quando ela começou a sentir fortes contrações e falou que não tinha condiçoes de entrar no carro. Então, David ligou para o 190 e foi atendido pela policial militar, que tem formação em enfermagem e durante todo o tempo, a policial orientava o pai sobre o procedimento.
PM - “Segura. Tá vindo o bebê?”
Pai - “Tá, tá. A cabecinha está para fora.”
PM- “Então, pede para ela fazer força David.”
Pai - “Faz bastante força, Silene.”
PM - “Faz força. Quando vier a contração faz força.”
Pai – Faz força, Silene. Pelo amor de Deus! Tá saindo! Faz força, tá quase saindo Silene. Por favor...”
Enquanto o pai fazia o parto, acionava o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o Corpo de Bombeiro e viaturas da Polícia Militar para ajudarem no procedimento. Laura nasceu com 3,100 kg e 47 centímetros.