Após o confronto entre facções que deixou mortos e feridos na quinta-feira (19), os detentos do Presídio de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte realizaram um culto na manhã desta sexta-feira (20). A celebração religiosa contou com caixas de som, violão e até um púlpito, segundo o jornal Tribuna do Norte.
Cerca de 30 presos fizeram leituras bíblicas e entoaram cânticos de louvor. Os detentos do pavilhão 5, que seriam do Primeiro Comando da Capital (PCC), não participaram do culto.
A Secretaria de Justiça do Rio Grande do Norte confirmou nesta sexta-feira (20) que o novo confronto entre facções registrado no Presídio de Alcaçuz deixou mortos e feridos nessa quinta-feira (19). Ainda não há uma quantidade definida de vítimas.
Batalhões especiais da Polícia Militar do Rio Grande do Norte entraram na prisão no final da tarde de quinta-feira(19), com um caminhão blindado e homens a pé, munidos de escudos. Participaram da operação homens dos batalhões de Operações Especiais (Bope) e de Choque (BPChoque), e do Grupo de Operações Especiais (GOE). A entrada do contingente fez que os detentos, que circularam pelo pátio da prisão durante todo o dia, se recolhessem para dentro dos pavilhões. O objetivo do governo do estado é manter a polícia no local até a construção de um muro de concreto no meio do pátio. Esse muro dividirá os detentos das facções rivais PCC e Sindicato do RN, para que não ocorram novos confrontos.
Além disso, membros de uma das facções existentes em Alcaçuz serão levados para outras prisões, para evitar duas facções rivais em um mesmo presídio, mas não foi divulgada qual facção permanecerá no local. Na quarta (18), 220 presos já haviam sido transferidos do local. Em entrevista coletiva no início da noite de hoje, o governador Robinson Faria disse que não negocia com as facções criminosas.
O Instituto Técnico-Científico de Perícia do RN (Itep/RN) identificou, na quinta-feira (19), mais três corpos de vítimas da rebelião de sábado (14) em Alcaçuz, que deixou 26 mortos. Até o momento, o número de corpos identificados chega a 19. Segundo o Itep, as decapitações e esquartejamentos dificultaram a identificação dos corpos e quatro foram liberados para a família sem cabeça. O órgão esclarece que isso aconteceu devido às solicitações dos próprios parentes.