Juíza diz não ver necessidade de transferir João de Deus para hospital

De acordo com a magistrada, o pedido de transferência não tem ''indicação médica ou encaminhamento''
ABr
Publicado em 04/01/2019 às 13:42
De acordo com a magistrada, o pedido de transferência não tem ''indicação médica ou encaminhamento'' Foto: Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil


Após o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, determinar, na quinta-feira (3), que o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) informasse, em até 48 horas, a situação de saúde do médium goiano João de Deus, a juíza Marli de Fátima Naves afirmou não haver, “até a presente data”, qualquer variação no estado de saúde do médium que exija sua transferência do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia (GO) para hospital particular.

No ofício que enviou a Toffoli hoje (4), a juíza informa que após passar mal, na última quarta-feira (2), o médium recebeu atendimento médico no núcleo de custódia da unidade prisional onde está detido em caráter preventivo desde o dia 16 de dezembro. Na sequência, João de Deus foi encaminhado para o Hospital de Urgência de Goiânia, onde foi submetido a uma série de exames clínicos.

Segundo a juíza, os exames diagnosticaram apenas a “discreta” presença de sangue na urina do paciente, sem infecção. Diante disso, o médico responsável recomendou que o retorno do médium à unidade prisional e a manutenção do acompanhamento ambulatorial “como já tem sido feito regularmente”.

Diante da manifestação médica, a juíza afirma que “não há, até a presente data, qualquer notícia de intercorrência apta a exigir atuação de médico especialista em cardiologia”, conforme sugerido pela defesa do médium, que pede a transferência de João de Deus do complexo prisional para um hospital particular de Goiânia. De acordo com a magistrada, o pedido de transferência não tem “indicação médica ou encaminhamento”.

Atendido de forma adequada

Ainda de acordo com a juíza, após sentir-se mal, o médium foi atendido de forma célere e adequada às condições de saúde e idade do paciente, segundo as regras básicas do sistema de saúde”.

Suspeito de ter abusado sexualmente de mulheres que frequentavam o centro espírita Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, João de Deus está preso, em caráter preventivo, desde o dia 16 de dezembro. Seus advogados ajuizaram, no STF, um pedido para que João de Deus possa responder as acusações em liberdade. Devido ao recesso do Poder Judiciário, o pedido de habeas corpus será julgado pelo ministro Dias Toffoli.

O Ministério Público de Goiás já apresentou à Justiça estadual as primeiras denúncias contra o médium, por ao menos quatro casos investigados pela Polícia Civil e pelo MP, que continuam ouvindo outras mulheres que afirmam ser vítimas de João de Deus. 

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