Presidente da Vale: tragédia de Brumadinho é mais humana que ambiental

''Estamos falando de uma quantidade provavelmente grande de vítimas'', declarou Fábio Schvartsman
ABr
Publicado em 25/01/2019 às 21:13
Foto: Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros MG


O presidente da Vale, Fábio Schvartsman, disse na noite desta sexta-feira (25) que o rompimento da barragem na Mina Feijão, em Brumadinho (MG), terá um impacto mais humana do que ambiental. Segundo ele, a maior parte das vítimas são funcionários da empresa. "Dessa vez é uma tragédia humana. Estamos falando de uma quantidade provavelmente grande de vítimas. Não sabemos quantas, mas sabemos que será um número grande", disse.

A avaliação foi apresentada durante coletiva de imprensa ao ser questionado se o episódio se equipara à tragédia de Mariana (MG), ocorrida em novembro de 2015, quando se rompeu uma barragem da Samarco, empresa da qual a Vale é uma das acionistas. Na ocasião, 19 pessoas morreram e centenas ficaram desalojados em decorrência da destruição de comunidades. Considerada a maior tragédia ambiental do país, o episódio provocou ainda devastação de florestas e poluição da bacia do Rio Doce.

No caso do rompimento em Brumadinho, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais divulgou nota estimando que cerca de 200 pessoas estão desparecidas , mas não confirmou nenhuma morte. A Vale também não divulgou número de óbitos. "Mas certamente haverão", disse Schvartsman.

O presidente da Vale disse ser ainda cedo para entender o que aconteceu  e está dilacerado e surpreso com a tragédia. "Esta barragem estava inativa, não recebia mais material. Há mais de três anos ela não opera e estava em processo de descomissionamento [procedimento de eliminação de uma infraestrutura depois de atingir a sua vida útil]". 

Schvartsman disse que em, 26 de setembro de 2018, a estabilidade da barragem na Mina Feijão foi atestada em auditoria da empresa alemã Tüv Süd e que uma leitura dos monitores feita no último dia 10 não mostrou irregularidades.

O presidente informou que o rejeito era composto de sílica e que a capacidade da barragem era de 12 milhões de metros cúbicos, mas ainda não há informação clara sobre o volume que vazou e nem mesmo se a estrutura operava em seu limite. Segundo ele, o material vazado alcançou uma segunda barragem que transbordou, mas não se rompeu. Para comparação, na tragédia de Mariana, 39 milhões de metros cúbicos de rejeito se dispersaram pelo meio ambiente. 

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