A prefeitura de São Paulo criou um comitê de crise para avaliar os impactos e tomar as medidas necessárias após intensas chuvas que atingiram a capital paulista. O último balanço do governo estadual confirma a morte de 11 pessoas e cinco feridos. Balanço do Corpo de Bombeiros aponta que de 0h até as 10h20 foram registrados 78 acionamentos por quedas de árvores, 76 desmoronamentos e 698 por enchentes e alagamentos.
De acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), das 19h de domingo até as 7h desta segunda-feira (11) choveu 57,8 milímetros (mm), o que corresponde a 32,6% do volume esperado para todo o mês de março, que é 177,4 mm. O volume acumulado no mês é 160,8 mm, 90,6% do esperado.
O prefeito em exercício Eduardo Tuma disse que a situação ocorrida nesta madrugada foi “absolutamente imprevisível”. Farão parte do comitê de gestão de crise os seguintes órgãos: secretarias de Governo, Segurança Urbana e de Subprefeituras, o Gabinete do Prefeito e a Secretaria Especial de Comunicação. O prefeito Bruno Covas, que estava de licença não remunerada, informou que retornará nesta terça-feira (12) às suas atividades. Ainda nesta tarde os integrantes do comitê visitarão as regiões mais afetadas.
São Paulo chegou a ter 56 pontos de alagamento desde 18h de domingo (10), sendo 30 deles intransitáveis, segundo dados do CGE. Às 15h, apenas três pontos permanecem intransitáveis: um em Pirituba, zona oeste, e dois na Vila Prudente, zona leste. Houve transbordamento dos córregos Ipiranga, dos Meninos, Tamanduateí, Aricanduva, Rio Verde, Oratório, do piscinão Guaramiranga e do Rio Tietê.
Equipe da Assistência Social da prefeitura iniciaram o cadastramento de desabrigados, mas não foi informado o número de pessoas afetadas pelas chuvas. Equipe de outras regiões da cidade foram deslocadas para o bairro Ipiranga, uma das áreas mais atingidas. A secretaria está com pontos de apoio no Centro Educacional Unificado (CEU) Heliópolis e Meninos e Clube da Comunidade (CDC) Barão de Resende. Segundo a prefeitura, as famílias estão recebendo kits de higiene pessoal,kits de limpeza, lanches, colchões, cobertores e cestas básicas.
O trânsito na capital ficou carregado na manhã desta segunda-feira. O rodízio de carros foi liberado e o pico de congestionamento foi registrado às 10h30 com 180 quilômetros de filas. O recorde deste ano ocorreu no dia 4 de fevereiro às 9h30, com 202 quilômetros. As falhas em semáforos também complicaram a vida dos motoristas em algumas vias. Foram registrados 25 equipamentos apagados por falha, 11 em amarelo intermitente e quatro apagaram por falta de energia elétrica.
A prefeitura informou que a operação de ônibus está em gradativa normalização. No início da manhã a circulação do Expresso Tiradentes foi interrompida devido a alagamento na Avenida do Estado. A operação foi parcialmente retomada a partir das 7h10.
A operação Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência (Paese), que coloca ônibus extras gratuitos para os usuários do transporte público, foi acionada na madrugada a pedido da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), entre as estações Santo Amaro e Granja Julieta. Nesta tarde, a linha 10 Turquesa da CPTM continua paralisada, sem previsão de retorno, por causa de alagamento.
Alguns ônibus ficaram ilhados na Avenida do Estado e na região de Vila Prudente. Por causa dos alagamentos, ônibus de oito linhas estão impedidos de circular pela Marginal Tietê, abaixo da Ponte das Bandeiras, e fazem desvios pela Rua Voluntários da Pátria, Rua Santa Eulália e Avenida Santos Dummont. A saída de frota das empresas Imperial e Movebuss, nos bairros Cambuci e Vila Alpina, respectivamente, também foi afetada.
São esperadas chuvas intermitentes nesta tarde, mas com menor intensidade, segundo previsão do CGE. O órgão destaca que o solo encharcado mantém potencial para deslizamento de terra em áreas de risco e formação de alagamentos. A temperatura hoje não deve ultrapassar 25ºC.
Para esta terça-feira (12), a previsão é sol entre nuvens pela manhã e sensação de tempo abafado. Durante a manhã são esperadas pancadas isoladas de chuva e devem se intensificar entre a tarde e o início da noite. Permanece o risco de transbordamento de rios e córregos, bem como a formação de alagamentos intransitáveis e deslizamentos de terra em áreas de risco.
Na quarta-feira (13), o cenário é parecido, com chuvas entre o meio da tarde e o início da noite, com pancadas de forte intensidade. A umidade do ar permanece alta com os menores índices acima dos 60%.