Um operação da Polícia Civil, em conjunto com o Ministério Público do Rio de Janeiro, prendeu, no começo da manhã desta terça-feira (12), dois suspeitos de assassinar a vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) e o seu motorista, Anderson Gomes. O crime completa um ano na próxima quinta-feira (14). Um dos suspeitos foi preso onde mora, no mesmo condomínio onde o presidente Jair Bolsonaro tem uma casa, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Os suspeitos presos são o policial militar reformado Ronnie Lessa, 48 anos, e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, de 46 anos. De acordo com a Polícia Civil, Lessa fez os disparos contra a vereadora e Élcio dirigia o carro usado para levar o executor. Ronnie Lessa, que é sargento da PM do RJ, estaria no banco de trás do veículo.
Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MPRJ, o crime foi planejado durante três meses.
“É inconteste que Marielle Francisco da Silva foi sumariamente executada em razão da atuação política na defesa das causas que defendia”, diz a denúncia, acrescentando que o crime foi um golpe ao Estado Democrático de Direito.
Além das prisões, a polícia cumpre mandados de busca e apreensão contra os denunciados para apreender documentos, celulares, notebooks, computadores, armas, acessórios, munição e outros objetos. Também haverá buscas em 34 endereços de outros suspeitos, durante todo o dia.
As investigações apontam que o sargento Lessa fez pesquisas na internet para conhecer os locais que a vereadora frequentava. Durante a investigação, a polícia também descobriu que desde outubro de 2017 Lessa também pesquisava sobre a vida do então deputado estadual, hoje deputado federal, Marcelo Freixo (PSOL-RJ).
Ronnie também teria feito pesquisas sobre o então interventor na segurança pública do Rio, o general Braga Netto. Além disso, o PM fazia pesquisas na internet sobre a submetralhadora MP5, que pode ter sido a arma usada nas execuções de Marielle e Anderson.