Identificar e recolher o mais rapidamente possível as manchas de óleo que já se espalharam por 132 pontos da costa brasileira nos nove estados do Nordeste são ações consideradas prioritárias por todos os órgãos federais, estaduais e municipais.
A informação foi dada nesta quinta-feira (17) pelo presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Eduardo Bim, em audiência pública na Comissão de Meio Ambiente do Senado. Ele ressaltou que a medida tem como meta fazer com que o óleo não retorne ao oceano.
Diante da cobrança de senadores por uma ação mais efetiva do governo federal para reverter os danos ambientais causados pelo óleo e por respostas sobre as causas do acidente, Eduardo Bim disse que o desastre é inédito no mundo e que conter os resíduos ainda é um desafio.
Ele destacou que as ações do Plano Nacional de Contingência - previstas em um decreto de 2013 - que prevê, por exemplo, instalação de barreiras para contenção de óleo, não se aplicam à atual situação, mas sim aos vazamentos ordinários de óleo, em que mancha fica na superfície das águas.
No caso desse desastre ambiental, o óleo é mais pesado e fica submerso quando está em alto mar.
O presidente do Ibama afirmou que, até agora, a única certeza nas investigações é que o DNA do óleo bruto é venezuelano. Apesar disso, segundo ele, não é possível afirmar como nem por quem o óleo foi derramado.
O almirante Alexandre Rabello de Faria, chefe do Estado-Maior do Comando de Operações Navais, comparou a situação a uma bala perdida que atingiu a costa brasileira. Para ele, resta saber quem disparou a arma.
Faria também ressaltou que pelo menos quatro hipóteses são estudadas e nenhuma está descartada, a começar por acidente na transferência de óleo de um navio para o outro. A operação chamada de ship to ship (navio para navio) não é a principal delas porque dificilmente ocorreria em alto mar.
Outra possibilidade, considerada remota, é o naufrágio de um navio petroleiro. Também não estão descartadas a hipótese de derramamento acidental de navio por rompimento de casco e derramamento intencional.
Ainda segundo o chefe do Estado-Maior do Comando de Operações Navais, 1,5 mil militares estão trabalhando nessa operação, além de sete navios que navegam na costa brasileira procurando manchas. Há ainda um helicóptero com um sonar, mas não foram encontradas manchas na superfície do mar. O militar explicou que não é o caso de usar submarinos porque a mancha é silenciosa e não pode ser detectada por sensores acústicos.
•Boa Viagem - Recife - oleada/vestígios esparsos
•Praia Del Chifre - Olinda - oleada/vestígios esparsos
•Candeias - Jaboatão dos Guararapes - oleada/vestígios esparsos
•Piedade - Jaboatão dos Guararapes - oleada/vestígios esparsos
•Praias de Gamboa - Ipojuca - oleada/vestígios esparsos
•Praia de Nossa Senhora do Ó - Ipojuca - oleada/vestígios esparsos
•Porto de Galinhas - Ipojuca - oleada/vestígios esparsos*
•Cupe - Ipojuca - oleada
•Maracaípe - Ipojuca - oleada
•Serrambi - Ipojuca - oleada/vestígios esparsos
•Enseadinha - Ipojuca - oleada/vestígios esparsos
•Muro Alto - Ipojuca - oleada
•Pau Amarelo - Paulista - oleada/vestígios esparsos*
•Conceição - Paulista - oleada/vestígios esparsos
•Carneiros - Tamandaré - oleada
•Tamandaré - Tamandaré - oleada
•Ilha Cocaia - Cabo de Santo Agostinho - oleada/vestígios esparsos*
•Praia do Paiva - Cabo de Santo Agostinho - oleada/vestígios esparsos*
•Praia do Forte Orange - Ilha de Itamaracá - oleada/vestígios esparsos*
•Catuama - Goiana - oleada/vestígios esparsos*
•Ponta de Pedras - Goiana - oleada/vestígios esparsos*
•São José da Coroa Grande - oleada
•Praia de Suape/Cabo de Santo Agostinho - oleada
•Praia de Itapuama/Cabo de Santo Agostinho - oleada
•Calhetas/Cabo de Santo Agostinho - oleada
•Gaibu/Cabo de Santo Agostinho - oleada
*Apesar de afetadas, atualmente não há registro do material nestas praias. Fonte: Ibama e Secretaria de Meio Ambiente de Pernambuco e prefeituras