Autoridades afegãs lançaram uma operação para capturar uma mulher de 22 anos suspeita de desviar US$ 1,1 milhão de um banco local. Shokofa Salehi trabalhou no Azizi Bank por três anos, na divisão de transferência de dinheiro, e desapareceu há dois meses, assim como o dinheiro, afirmou nesta quarta-feira o executivo-chefe da instituição, Inayatullah Fazli.
Investigadores suspeitam que ela tenha transferido o valor para a conta de parentes e que tenha tido a ajuda de pelo menos mais nove pessoas. "Eles formam um grupo mafioso", declarou Fazli.
Um mandado de prisão internacional já foi emitido. A Interpol diz que a busca por Shokofa Salehi envolve as acusações de fraude e mau uso do dinheiro. Autoridades afegãs acreditam que ela usou documentos falsos, com o nome de Samira, e entrou na Índia, mas seu paradeiro ainda é desconhecido.
Segundo o general da polícia Aminullah Amarkhail, dois suspeitos já foram detidos em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O general também está em contato com colegas em Dubai e na Índia para localizar Shokofa Salehi e os outros suspeitos, entre os quais os pais dela. A polícia suspeita que os pais retornaram para Cabul após deixá-la na Índia.
Ainda segundo o general, um suspeito é acusado de ter gastado US$ 850 mil do dinheiro desviado para investir em um negócio de pneus e em outras empresas, possivelmente em Dubai.
Nos últimos anos os bancos do Afeganistão têm protagonizado casos notórios de corrupção, sendo o episódio do Kabul Bank o mais relevante. O banco sofreu uma intervenção do governo em 2010 depois de um esquema de pirâmide financeira ter sido desmontado. A ajuda do governo ao banco representou mais de 5% do produto interno bruto (PIB) do país, fazendo dele um dos maiores resgates em termos relativos do mundo.