Hong Kong: manifestantes farão referendo sobre protesto

Ativistas vão decidir se irão permanecer nas ruas ou se aceitam a proposta do governo para discutir a composição do conselho
Danilo Galindo
Publicado em 24/10/2014 às 13:09
Ativistas vão decidir se irão permanecer nas ruas ou se aceitam a proposta do governo para discutir a composição do conselho Foto: Foto: XAUME OLLEROS / AFP


Os manifestantes pró-democracia de Hong Kong irão realizar um referendo no próximo domingo para decidir se irão permanecer nas ruas ou se aceitam a proposta do governo para discutir a composição do conselho que irá analisar os candidatos para as eleições de 2017.

Os três maiores grupos de ativistas por detrás do protesto afirmaram na quinta-feira que irão organizar a votação na maior zona de protesto da cidade, onde milhares de pessoas estão acampadas.

Os líderes de Hong Kong se reuniram com estudantes nesta semana e ofereceram submeter um relatório ao governo central chinês ressaltando a insatisfação dos manifestantes. O documento irá externar que os estudantes são contrários ao plano para a criação de um comitê de 1,2 mil pessoas que escolherá os candidatos aptos a participar das eleições.

Os manifestantes defendem que o conselho é criado para refletir as preferências da China e deveria ser descartado, ou pelo menos reformado, para melhor representar os 7,2 milhões de habitantes do território semiautônomo.

As autoridades de Hong Kong também ofereceram manter diálogos regulares com os manifestantes sobre reformas democráticas, desde que encerrem o protesto, que já dura quase um mês. A Federação de Estudantes da cidade, um dos maiores grupos a organizar a mobilização, rejeitou a proposta do governo, mas decidiu realizar o referendo. Segundo uma porta-voz de outro grupo, os detalhes da realização do referendo serão divulgados mais tarde. 

Discursando pela primeira vez desde que os protestos começaram, o primeiro executivo-chefe de Hong Kong, Tung Chee-hwa, disse que as demandas dos manifestantes não eram realistas e que deveriam aceitar um cronograma mais longo para discutir reformas eleitorais. "Estudantes, espero que vocês ouçam ao que esse homem velho está lhes dizendo. É hora de ir para casa", disse Tung, de 77 anos, em coletiva de imprensa. 

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