O grupo militante Hamas forçou o cancelamento de uma cerimônia em homenagem ao 10º aniversário de morte do líder palestino Yasser Arafat, neste domingo (9), reforçando as tensões persistentes com o movimento rival Fatah.
Em um comunicado, o Ministério do Interior, que ainda é dominado pelo Hamas, declarou que tinha informado o Fatah que não poderia fornecer segurança para a cerimônia. Faisal Abu Shala, um oficial do Fatah em Gaza, confirmou o cancelamento. "Nós cancelarmos o evento porque o Hamas nos disse que não poderia garantir o evento em níveis políticos e de segurança", afirmou.
A homenagem planejada para terça-feira seria a primeira vez que o Fatah, o movimento palestino fundado por Arafat, realizaria um tributo ao líder de longa data em Gaza desde 2007, ano em que o Hamas assumiu o poder na região. Na homenagem anterior, meses após a tomada de poder do Hamas, pelo menos 10 pessoas foram mortas em confrontos.
Mais cedo neste ano, as duas facções palestinas trabalharam em uma tentativa de acordo em que o presidente do Fatah, Mahmoud Abbas, iria liderar uma unidade temporária do governo até que novas eleições pudessem ser realizadas, mas o acordo deixou muitas questões importantes por resolver e o Hamas permaneceu no controle de Gaza.
O Fatah acusou o Hamas de estar por trás de uma série de explosões coordenadas na semana passada, que danificaram casas de vários líderes proeminentes do Fatah. O Hamas negou o envolvimento e declarou que as explosões foram resultado de disputas internas entre facções rivais dentro do Fatah.