Escoteiros britânicos envolvidos em casos de pedofilia

Emissora revelou que 56 pessoas entraram em contato com escritórios de advocacia para tomar medidas legais contra a Associação por atos que datam de várias décadas
Da AFP
Publicado em 11/12/2014 às 11:44


Novos casos de pedofilia foram descobertos em um instituição britânica de escoteiros, que se desculpou oficialmente em uma carta, enquanto outros caso podem ser revelados ainda nesta quinta-feira.

"Pedimos desculpas a todos aqueles que foram agredidos quando eram escoteiros", declarou a Associação de Escoteiros britânicos em um comunicado divulgado quarta-feira à note, em resposta à publicação de uma investigação realizada pela BBC no início do dia.

A emissora revelou que 56 pessoas entraram em contato com escritórios de advocacia para tomar medidas legais contra a Associação por atos que datam de várias décadas.

A publicidade em torno de escândalos de pedofilia no mundo do showbiz e outras instituições como a Igreja teria incentivado as vítimas a quebrar o silêncio.

A Associação de Escoteiros contesta os números da BBC e cita 36 reclamações desde outubro de 2012 (48 desde o nascimento do movimento em 1907), mas reconhece já ter pago mais de 500.000 libras (mais de € 780.000) em indemnizações às vítimas.

David McClenaghan, legalmente representa vários demandantes, disse que os dois números representam de qualquer maneira "apenas a ponta do iceberg."

O advogado ressaltou nesta quinta-feira de manhã que havia coletado trinta evidências adicionais das revelações da BBC.

De acordo com ele, a Associação de Escoteiros só pediu desculpas porque está "sob forte pressão da mídia". O pedido de desculpas "só serve a seus interesses momentâneos e não tem nada de verdadeiro", acusou.

A BBC deu ênfase a dois casos em particular de abusos sexuais cometidos por dois líderes de escoteiros, o primeiro nos anos 1960 e 1970, e o segunda nos anos 1980.

Em ambos os casos, os autores não foram denunciados à polícia pela Associação, que tinha conhecimento dos fatos.

"Lamentamos profundamente essas violações. Foi uma resposta inadequada e inaceitável a esta situação", disse a Associação, citando "incidentes extremamente raros".

A Associação, que tem 550 mil membros, incluindo 100.000 voluntários, garante que isso não aconteceria hoje em dia.

"Se descobrirmos que alguém tenha feito algo de errado, a informação será automaticamente passado para a polícia, de acordo com os procedimentos em vigor há 20 anos", disse ela.

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