Jihadistas ameaçam de morte soldados libaneses sequestrados

No vídeo, os jihadistas os acusam de colaborar com o movimento xiita e exigem a libertação de prisioneiros islamitas das prisões do Líbano
Da AFP
Publicado em 19/12/2014 às 12:57
No vídeo, os jihadistas os acusam de colaborar com o movimento xiita e exigem a libertação de prisioneiros islamitas das prisões do Líbano Foto: Foto: RAMI AL-SAYED / AFP


Um combatente do grupo Estado Islâmico (EI) ameaçou executar soldados libaneses sequestrados há meses em um vídeo ao qual a AFP teve acesso nesta sexta-feira.

Na gravação, feita em uma planície cercada por colinas, três homens vestidos com um uniforme azul posam ajoelhados diante de três combatentes jihadistas, dois deles com o rosto descoberto, que mantêm uma faca na altura da garganta dos reféns.

A AFP obteve este vídeo do xeque salafista Usam al-Masri, último mediador nas negociações destinadas a libertar 25 soldados e policiais libaneses sequestrados pelo EI e pela Frente al-Nosra (braço sírio da Al-Qaeda) no início de agosto no leste do Líbano. Desde então, executaram quatro reféns.

O único jihadista encapuzado, que fala em francês, ataca no vídeo três dirigentes libaneses: o ex-primeiro-ministro Saad Hariri, o líder druso Walid Joumblatt e o líder cristão Samir Geagea, acusados de ter transformado o exército libanês em um fantoche nas mãos do movimento xiita Hezbollah.

Este poderoso movimento armado libanês, que combate nas fileiras do regime sírio de Bashar al-Assad na vizinha Síria, é inimigo dos jihadistas sunitas. "O Estado Islâmico está em guerra contra o Hezbollah" por interferir nos assuntos dos muçulmanos na Síria, declara o jihadista encapuzado.

Hariri, Geagea e Joumblatt, acusados pelo jihadista de ser aliados da França, se opõem ao regime de Damasco e criticam a intervenção do Hezbollah na Síria.

No entanto, no vídeo, os jihadistas os acusam de colaborar com o movimento xiita e exigem a libertação de prisioneiros islamitas das prisões do Líbano em troca da libertação dos soldados.

O xeque Al-Masri indicou à AFP que se reuniu na quinta-feira com os chefes do EI na região síria de Qalamun, fronteiriça com o Líbano, e que viu nove soldados. "Dois deles apresentam um estado de saúde delicado", disse.

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