Suspeitos de massacre da Charlie Hebdo tomam refém perto de Paris

Miinistro do Interior confirmou que está em andamento uma operação para ''neutralizar os autores'' do atentado
Da AFP
Publicado em 09/01/2015 às 7:56
Miinistro do Interior confirmou que está em andamento uma operação para ''neutralizar os autores'' do atentado Foto: Foto: AFP


Os dois supostos autores do massacre na revista satírica Charlie Hebdo se entrincheiraram nesta sexta-feira com um refém em uma pequena empresa a 40 km de Paris, após um tiroteio com as forças de segurança.

O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, confirmou que está em andamento uma operação para "neutralizar os autores" do atentado.

Pela manhã, as forças de ordem perseguiram os dois suspeitos do atentado de quarta-feira, os irmãos Cherif e Said Kouachi, de 32 e 34 anos, e foi registrado um tiroteio em uma estrada a nordeste da capital, segundo fontes policiais.

Os tiros ocorreram em uma área a cerca de meia hora de carro do local onde eram procurados na quinta-feira, segundo as fontes.

Fontes próximas à investigação informaram que após o tiroteio houve uma tomada de reféns em uma empresa de Dammartin-en-Goële, localidade de 8.000 habitantes a 40 km de Paris, não muito longe do aeroporto Charles De Gaulle. No entanto, segundo fontes policiais, apenas uma pessoa era mantida refém.

Esta empresa, Création Tendance Découverte (CTD), onde os fugitivos se esconderam, é uma pequena gráfica de impressão e publicidade que conta com quatro funcionários, segundo seu site. Ela se localiza em uma zona industrial da cidade.

Antes do tiroteio os irmãos haviam roubado um carro Peugeot 206 em Montagny-Sainte-Félicité de uma mulher que disse ter reconhecido os irmãos Kouachi.

O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, declarou nesta sexta-feira que a França está em guerra "contra o terrorismo, não contra uma religião", e estimou que serão necessárias novas medidas "para responder à ameaça".

"Estamos em uma guerra contra o terrorismo. Não estamos em uma guerra contra uma religião, contra uma civilização", declarou Valls.

As forças de elite fizeram buscas durante toda a noite no norte da França pelos dois irmãos suspeitos da autoria do massacre na sede da Charlie Hebdo, que deixou 12 mortos e comoveu o país, tragédia que não impedirá a publicação de um novo número na próxima quarta-feira com uma tiragem de um milhão de exemplares.

Em Washington, autoridades americanas revelaram que os dois suspeitos, franceses de origem argelina, figuravam há anos na lista negra americana de terroristas, e que Said Kouachi recebeu treinamento de armas no Iêmen.

Homens da RAID e da GIGN, as unidades de elite da polícia e da gendarmaria, fizeram buscas durante a noite na região da Picardia, onde estava ativado o nível máximo de alerta antiterrorista.

O atentado foi saudado pelos jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) e pelos shebab somalis, que o consideraram "heroico".

"Charlie Hebdo insultou nosso profeta e indignou milhares de muçulmanos. Os dois irmãos (suspeitos do ataque) são os primeiros a ter se vingado", afirma a nota divulgada pela emissora oficial do movimento da Somália.

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