O Ministério Público federal belga anunciou nesta sexta-feira a detenção de 15 pessoas, 13 delas na Bélgica, em uma importante operação antiterrorista na véspera contra um grupo que se preparava para cometer atentados para matar policiais.
A Bélgica pedirá a extradição de dois belgas detidos na França no âmbito desta operação, indicou o porta-voz do Ministério Público, Thierry Werts, declarando que partiram ao país vizinho após o início da operação de quinta-feira.
O porta-voz também descartou uma relação com os ataques de Paris da semana passada. "O grupo estava prestes a cometer atentados terroristas. Planejavam, em particular, matar policiais na via pública e nas delegacias", disse Werts, acrescentando que estavam planejando ataques em toda a Bélgica.
"Era uma questão de horas, de no máximo alguns dias", antes que cometessem ataques, declarou. Dois supostos jihadistas morreram na quinta-feira em um tiroteio com a polícia em Verviers, leste da Bélgica, em uma incursão no contexto desta operação.
No total, as autoridades realizaram 12 operações e detiveram 13 pessoas, indicou Werts, entre elas um suspeito ferido no tiroteio registrado em Verviers. As outras detenções foram realizadas em outras localidades, principalmente em Bruxelas e em Molenbeek, um bairro popular da capital belga.
A polícia encontrou várias armas em sua operação de Verviers, entre elas "quatro armas de guerra do tipo kalashnikov, quatro armas curtas, assim como muitas munições e explosivos". Também foram apreendidos uniformes da polícia, celulares e material de radiocomunicação, detalhou o Ministério Público.
Werts descartou que se trate de uma operação europeia, "é principalmente uma operação belga" que começou há semanas. "A investigação prossegue", acrescentou, sem indicar se toda a célula foi desmantelada, mas destacou "o fato de terem sido realizadas prisões importantes".
O governo belga poderá recorrer ao exército para reforçar a segurança em caso de ameaça terrorista, anunciou nesta sexta-feira o primeiro-ministro Charles Michel, um dia após uma ampla operação antiterrorista que terminou com dois mortos e 15 detidos.
"O exército ficará disponível para reforçar nosso nível de segurança", afirmou Michel ao final de uma reunião do Conselho de Ministros. Nessa reunião, o governo decidiu adotar uma série de medidas, entre elas a criação de setores especiais nas prisões para isolar os detidos na operação.