Protestos no Paquistão e no Afeganistão contra Charlie Hebdo

Durante os protestos, também foram queimadas bandeiras francesas, americanas e britânicas
AFP
Publicado em 23/01/2015 às 21:35
Durante os protestos, também foram queimadas bandeiras francesas, americanas e britânicas Foto: S S MIRZA / AFP


Milhares de manifestantes voltaram às ruas nesta sexta-feira, no Paquistão e no Afeganistão, para protestar de forma pacífica contra as charges do profeta Maomé, aos gritos de "Abaixo Charlie Hebdo".

"Maomé é minha vida" e "Nosso profeta, nossa honra" eram alguns dos lemas dos cartazes na manifestação organizada pelo partido islamita paquistanês Jamaat-e-Islami (JI), que reuniu 15 mil pessoas em Islamabad.

Siraj ul-Haq, líder da formação, pediu o boicote dos produtos de países como França e Dinamarca, cujos meios de comunicação publicaram as charges de Maomé.

No restante do país, outras manifestações voltaram a reunir milhares de pessoas em cidades como Quetta, Peshawar, Karachi, Mizaffarabad, na parte da Caxemira administrada pelo Paquistão, e em Lahore, segundo jornalistas da AFP no terreno.

Durante os protestos, também foram queimadas bandeiras francesas, americanas e britânicas.

No Afeganistão, cerca de 20 mil pessoas protestaram em Herat, a terceira cidade do país. Os manifestantes exigiram desculpas oficiais por parte da França e queimaram bandeiras.

Em um primeiro momento, os dois países condenaram o atentado contra o jornal satírico francês, mas o tom foi se endurecendo, e os islamitas radicais prestaram homenagens aos jihadistas que realizaram o ataque.

Posteriormente, sua classe política condenou com dureza a publicação no último número do Charlie Hebdo de uma nova charge do profeta Maomé, gesto considerado ofensivo pelos muçulmanos.

Também nesta sexta-feira eram registrados confrontos entre policiais e manifestantes que protestavam contra a revista em Srinagar, na parte indiana da Caxemira, que vive uma greve geral contra a publicação das charges do profeta.

Algumas lojas e empresas fecharam em repúdio às charges "blasfemas" publicadas pela Charlie Hebdo, cuja redação foi dizimada em 7 de janeiro, no atentado que deixou 12 mortos. Respondiam, assim, à convocação de uma organização muçulmana e de grupos separatistas.

A circulação era praticamente inexistente nesta sexta-feira em Srinagar e em outras cidades do vale da Caxemira, de maioria muçulmana. As autoridades restringiram os deslocamentos em alguns bairros da parte antiga de Srinagar para impedir os protestos depois da oração de sexta-feira.

Já na capital da Costa do Marfim, Abidjan, entre 200 e 300 muçulmanos foram às ruas, relataram fontes de segurança.

 

 


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