Jihad Diyab, ex-prisioneiro sírio de Guantánamo e um dos seis que foram libertados em dezembro como parte de um acordo entre os governos americano e uruguaio, viajou à Argentina e pediu asilo para seus companheiros que ainda estão na prisão.
"Os presos em Guantánamo sofrem muito. Antes de sair de lá estava em um lugar onde recebia comida à força, com um tubo que passava pelo nariz", disse Diyab em uma entrevista de 19 minutos com a TV Barricada que foi distribuída por outros veículos de comunicação argentinos nesta quinta-feira (12).
Na entrevista, ele afirmou ser inocente e revelou ter sido torturado durante os 12 anos em que ficou na prisão na base americana.
"Um companheiro de cela do Iêmen pediu para que eu nunca os esquecesse. E bom, eu me emocionei muito. Nunca vou esquecer os companheiros que estão lá e é por isso que vim para aqui para lutar. O governo argentino, por exemplo, pode receber presos de Guantánamo aqui de forma humanitária", acrescentou.
Diyab, 43, foi preso no Paquistão como suspeito de integrar células terroristas da Al Qaeda em 2002. Ficou mais de 12 anos em Guantánamo sem que o governo americano formulasse acusações formais e foi libertado em dezembro, quando foi enviado ao Uruguai.
Segundo o ex-preso, ele não quis voltar a seu país por conta da instabilidade.
Vestido com o uniforme laranja de Guantánamo durante a entrevista, ele lamentou a perseguição e detenção de sua mulher na Síria e disse querer reencontrar a família o quanto antes, mas não detalhou o lugar onde quer fixar residência.