Os crimes de guerra cometidos na Síria aumentaram de maneira "exponencial", denunciaram os membros da Comissão de Investigação sobre a Síria, criada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Em seu 9º relatório publicado nesta sexta-feira, poucos dias antes da sessão de março do Conselho de Direitos Humanos em Genebra, os investigadores constataram "um aumento exponencial dos crimes de guerra, dos crimes contra a Humanidade e de violações dos direitos humanos" na Síria.
Neste sentidos, os membros da comissão se declaram prontos a tornar pública uma lista confidencial dos autores desses crimes, com o objetivo de obrigá-los a parar seus abusos.
Segundo os investigadores, não revelar os nomes desses criminosos "só reforçaria a impunidade".
Desde que iniciaram, há três anos, a compor esta lista, a cada novo relatório os investigadores da ONU sempre defenderam a postura de mantê-la confidencial.
Além disso, os investigadores pedem ao Conselho de Segurança da ONU que conduza esses autores de crimes de guerra à justiça, "seja perante o Tribunal Penal Internacional ou perante um tribunal internacional ad hoc".
A Síria vive há quase quatro anos uma guerra civil que já deixou mais de 210 mil mortos e milhões de deslocados.
A Comissão de Investigação da ONU é composta por quatro membros, sendo presidida pelo brasileiro Paulo Pinheiro.
A suíça Carla Del Ponte também faz parte do grupo. Del Ponte foi procuradora do Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugoslávia e do Tribunal Penal Internacional para o Ruanda.