O governo da Colômbia e a guerrilha das Farc retomaram nesta quarta-feira as negociações de paz em Cuba, com uma rodada de discussões sobre as vítimas do conflito armado, durante a qual se espera uma visita inédita de um enviado especial dos Estados Unidos.
As duas delegações manterão na quinta-feira uma reunião com o ex-secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, e durante esta rodada receberão o novo enviado especial americano para o processo de paz, Bernie Aronson.
Aronson foi designado pelo secretário americano de Estado, John Kerry, que afirmou que foi o o presidente colombiano Juan Manuel Santos quem pediu aos Estados Unidos que assumissem um papel mais direto nas negociações em Havana.
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) aprovaram a integração de Aronson nas negociações mediadas por Cuba.
Grande aliado dos Estados Unidos na região, a Colômbia vive um conflito interno do qual participaram guerrilhas, paramilitares, forças militares e gangues de narcotraficantes, e que deixaram mais de 220 mil mortos e 5,3 milhões de deslocados, segundo dados oficiais.
Governo e guerrilha há sete meses realizam um debate complexo sobre o tema de indenização das vítimas do conflito.
As maiores disputam giram em torno de um projeto de "justiça transicional" do governo, que as Farc rejeitam porque afirmam que visa a levar os guerrilheiros para a prisão assim que o conflito armado de meio século acabar.