Fumar maconha na capital dos Estados Unidos passa a ser legal a partir desta quinta-feira, mas os conservadores do Congresso buscam bloquear a nova regulamentação.
A legalização do consumo de maconha com fins recreativos aprovada no Distrito de Columbia, como é chamada oficialmente a capital dos Estados Unidos, por grande maioria em um referendo em novembro (64,6% contra 28,4%), entrou em vigor na quarta-feira à meia-noite (02h00 desta quinta-feira em Brasília).
Três estados - Colorado (oeste), Washington e, desde terça-feira, o Alasca - já autorizavam o consumo de maconha. Oregon (noroeste) imitará estes estados em julho e também legalizará o consumo da substância.
A partir de agora, a capital de Washington, que tem 650.000 habitantes, autoriza a posse de pequenas quantidades de maconha, mas não permite sua compra ou venda.
Os adultos podem ter até 60 gramas de maconha - o equivalente a 80 cigarros - e podem cultivar até seis plantas em casa. A venda de cachimbos, narguilé ou papel de fumo também está autorizada.
"Fumar em casa. Cultivar em casa" é o novo slogan desta regulamentação que provocou uma forte rejeição dos conservadores do Congresso.
A prefeita de Washington, Muriel Bowser, com uma estreita margem de manobra, foi a primeira a ser criticada. "Os moradores falaram alto e claro quando votaram para legalizar pequenas quantidades de maconha no Distrito de Columbia", havia declarado.
O Distrito de Columbia não é considerado um estado e a maconha permanece ilegal sob a legislação federal, da mesma maneira que ocorre com a heroína ou o LSD.
Assim, as forças federais podem prender alguém em posse de maconha em um terreno federal como, por exemplo, um monumento ou um parque nacional.
Em uma entrevista na terça-feira ao jornal The Washington Post, Jason Chaffetz, legislador republicano de Utah e membro do movimento conservador Tea Party, declarou que se a nova regulamentação for colocada em andamento "o farão sabendo pertinentemente que estão violando a lei".
Os republicanos tentaram gerar curto-circuito na nova regulamentação ao incluir no último minuto na lei orçamentária uma linha que proibia a implementação deste lei.
Mas a cidade explicou que já era tarde. A lei foi aprovada em um referendo. No total, 51% dos americanos são favoráveis à legalização, segundo uma pesquisa da Gallup publicada em outubro.