EUA

Missouri executa por crime septuagenário que perdeu parte do cérebro

Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou as últimas apelações para evitar a execução se sustentando nos problemas recentes com o uso de injeções letais
Da AFP
Publicado em 18/03/2015 às 9:30


Um septuagenário que perdeu uma parte do cérebro em um acidente de trabalho foi executado na terça-feira no estado americano do Missouri pelo assassinato de um policial em 1996, informaram autoridades carcerárias. Cecil Clayton, de 74 anos, morreu oito minutos depois de receber uma injeção letal na noite de terça-feira, declarou Mike O'Connell, porta-voz das prisões do Missouri.

"Agora que a sentença de seu assassino foi executada esta noite, peço aos habitantes do Missouri que honrem o policial (Christopher) Castetter, que deu sua vida a serviço de nosso estado", disse o governador Jay Nixon, que se negou a comutar a condenação à morte de Clayton.

Uma hora antes da execução, a Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou as três últimas apelações para evitar a execução de Clayton, que se sustentavam nos problemas recentes com o uso de injeções letais para executar prisioneiros e sobretudo no fato de o condenado sofrer uma série de transtornos mentais e intelectuais que impediam a atribuição a ele de qualquer responsabilidade penal.

Após um acidente em 1972 na fábrica onde trabalhava, Clayton precisou se submeter a uma cirurgia cerebral, durante a qual foi extraído um quinto de seu lóbulo frontal para retirar um pedaço de madeira que havia atravessado o crânio.

Seus advogados Elizabeth Carlyle e Pete Carter afirmaram que o comportamento de Clayton mudou após a operação e que ele sofria alucinações, ataques de depressão e esquizofrenia, assim como episódios violentos.

Clayton atirou contra o policial em uma de suas crises, quando o policial foi a sua casa após um chamado de emergência sobre violência doméstica.

Esta é a décima execução realizada neste ano nos Estados Unidos e a segunda no Missouri, onde pela primeira vez a sentença de morte foi aplicada durante a tarde, e não à meia-noite, como normalmente ocorre.

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