Desertor lança sobre Coreia do Norte balões com DVDs de ''A Entrevista''

O lançamento dos panfletos enfureceu Pyongyang e pode ameaçar as negociações entre as duas Coreias
Da Folhapress
Publicado em 08/04/2015 às 19:36
O lançamento dos panfletos enfureceu Pyongyang e pode ameaçar as negociações entre as duas Coreias Foto: Foto: AFP


Um desertor norte-coreano que vive na Coreia do Sul disse nesta quarta-feira (8) que lançou sobre o país vizinho balões que levavam milhares de cópias do filme "A Entrevista", apesar de protestos do país e de ameaças de morte recebidas por e-mail.

A Coreia do Norte diz que a comédia de Hollywood, uma ficção que mostra a tentativa de assassinato do líder Kim Jong-un, é um ato de guerra e ameaçou fazer retaliações na época em que o filme foi lançado.

O desertor Lee Min-bok, que deixou a Coreia do Norte há 20 anos, disse que enviou cópias em DVD do filme, notas de dólar e folhetos contra o país em sacolas amarradas a balões de hélio em quatro ocasiões. A última delas, segundo ele, aconteceu no sábado.

O lançamento dos panfletos enfureceu Pyongyang e pode ameaçar as negociações entre as duas Coreias. Autoridades sul-coreanas pediram a ativistas que se abstenham de lançar folhetos por motivos de segurança, mas dizem que não têm base legal para detê-los.

Lee disse que recebeu um e-mail vindo de um endereço em Shenyang, na China, que alertava que sua cabeça seria "quebrada pelo clube de ferro da justiça" e que seus braços seriam "despedaçados pelo punhal do julgamento" se ele lançasse os balões.

"Eu vou continuar enviando balões, não importa o que aconteça", disse à Reuters. O e-mail está sendo investigado pelas autoridades sul-coreanas, disse ele.

No ano passado, redes de computadores da Sony Pictures, que lançou o filme, foram paralisadas em um ataque de hackers, que também divulgaram filmes inéditos, dados de funcionários da empresa e e-mails internos.

Os Estados Unidos disseram que o ataque foi realizado pela Coreia do Norte, o que Pyongyang nega.

No dia 17 de dezembro passado, a Sony decidiu suspender a estreia do filme, marcada para o dia 25 de dezembro, após hackers ameaçarem ataques terroristas contra salas que o exibissem.

A atitude gerou críticas, inclusive do presidente Barack Obama, que disse que a Sony havia errado ao cancelar a estreia.

À época, grandes redes de cinema dos EUA também resolveram cancelar a estreia da comédia. Mas o filme acabou mesmo sendo lançado no dia 25 de dezembro nos EUA.

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