A polícia sul-africana, apoiada pelo Exército, desencadeou nesta quinta-feira (23) uma nova operação em um subúrbio de Joanesburgo para evitar mais violências contra imigrantes moçambicanos, em uma manifestação no centro da cidade.
Dezenas de polícias iniciaram à meia-noite buscas rigorosas no bairro de Alexandra. A porta-voz da polícia, Noxolo Kweza informou que tinham sido detidas duas pessoas, uma por posse ilegal de uniforme militar e outra por comércio ilegal de álcool. Enquanto os policiais batiam às portas, militares vigiavam os acessos ao local e um helicóptero sobrevoava a área.
Este township (cidade criada nos subúrbios para habitantes negros no tempo do apartheid) é o mais antigo de Joanesburgo. Pelo menos 400 mil pessoas vivem amontoadas na região que é considerada o local mais perigoso da cidade.
Foi em Alexandra que um moçambicano foi golpeado no olho, sábado (18). Ele foi a última vítima da violência contra os imigrantes registrada até o momento. Oficialmente sete pessoas morreram e milhares estão refugiadas desde o início de abril, em Durban e em Joanesburgo.
Associações e sindicatos apelaram para a realização de uma grande manifestação hoje em Joanesburgo para dizer não à xenofobia. Os organizadores esperam pelo menos 30 mil pessoas.
Para fugir dos altos índices de pobreza em Moçambique, a população, principalmente a mais jovem das zonas rurais do Sul do país, emigra ilegalmente para a África do Sul à procura de melhores condições de vida no país vizinho, uma das economias mais desenvolvidas da África.