Balanço definitivo do terremoto no Nepal será muito maior, afirma ministro

Tremores secundários são constantes e o governo acredita que o balanço humano aumentará
Da AFP
Publicado em 03/05/2015 às 8:30
Tremores secundários são constantes e o governo acredita que o balanço humano aumentará Foto: Foto: AFP


O governo do Nepal admitiu que o balanço definitivo do terremoto de de 25 de abril, que no momento é de mais de 7.000 mortos, será muito maior, ao mesmo tempo que a ONU criticou a burocracia que adia a chegada de ajuda humanitária.

Até o momento, o balanço da tragédia registra 7.040 mortos e 14.000 feridos no país, mas o número definitivo será "muito maior", advertiu neste domingo o ministro das Finanças, Ram Sharan Mahat. "Há vilarejos aos quais ainda não conseguimos chegar, mas sabemos que todas as casas foram destruídas", disse. 

"Os tremores secundários são constantes e acreditamos que o balanço humano definitivo será muito maior", completou Mahat. Mais de 100 pessoas também morreram na catástrofe na China e na Índia. 

Neste domingo, a polícia anunciou a retirada de mais de 50 corpos dos escombros, incluindo seis estrangeiros, na região de Langtang, muito procurada por montanhistas e onde as autoridades temem que outros 100 turistas permanecem desaparecidos.

"Nossa prioridade era resgatar os sobreviventes. Resgatamos 350 pessoas, aproximadamente metade eram turistas ou guias", disse à AFP Uddav Prasad Bhattarai, chefe de polícia do distrito de Rasuwa, ao norte de Katmandu. 

O porta-voz do ministério do Interior, Laxmi Prasad Dhakal, explicou que as operações de resgate prosseguem, mas que prioridade é cuidar dos sobreviventes. 

Os esforços se concentram especialmente nas localidades mais afastadas, nas regiões mais afetadas pelo terremoto, ao redor do epicentro, a 70 quilômetros da capital. 

"Muitos vilarejos remotos foram afetados e centenas de milhares de pessoas dormem nas ruas, entre os escombros, por falta de barracas", disse Dhakal. 

Em Katmandu, a coordenadora de operações humanitárias da ONU, Valerie Amos, expressou preocupação com a lentidão do governo nepalês para facilitar a chegada da ajuda humanitária estrangeira. 

- Trâmites intermináveis -

"Estou extremamente preocupada ao ouvir que a alfândega demora tanto tempo para aceitar os pacotes de ajuda", afirmou Amos à AFP. Ela anunciou que pediu ao primeiro-ministro Sushil Koirala uma flexibilização da burocracia. 

"Se comprometeu a fazer isto, espero que possamos constatar a partir de agora uma melhora a nível administrativo", disse Amos. Aviões com mantimentos e equipamentos de todo o mundo chegam ao pequeno aeroporto de Katmandu há vários dias, mas as ONGs lamentam o que chamam de trâmites intermináveis. 

O diretor do aeroporto de Katmandu proibiu o pouso dos aviões de grande porte, com temor de que a pista, possivelmente danificada, não consiga suportar o peso.  "Não autorizaremos o pouso no aeroporto de Katmandu de qualquer avião que supere 196 toneladas", disse Prasad Shrestha à AFP. 

"Não há fissuras visíveis na pista, mas os tremores secundários são tantos que temos que adotar precauções", completou. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) fez um apelo para a adoção das medidas necessárias para evitar epidemias entre 1,7 milhão de jovens que moram nas áreas mais afetadas, poucas semanas antes do início da temporada de chuvas de monção. 

Quase 160.000 casas foram destruídas e 143.000 afetadas pelo terremoto, segundo o balanço mais recente da ONU. 

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