A justiça argentina preservou adequadamente o local da morte há quase cinco meses do promotor Alberto Nisman, que acusou a presidente Cristina Kirchner de acobertar o Irã no atentado à sede da Associação Mutual Israelense Argentina (AMIA) em 1994, ponderou nesta segunda-feira (1º) a promotora do caso.
"A cena realmente não foi contaminada. Foi devidamente preservada. Só estiveram presentes os funcionários da polícia científica e a médica legista", declarou a promotora Viviana Fein à rádio Voreterix FM.
A promotora foi questionada sobre a possível adulteração de provas, denunciada no domingo por um programa de televisão do Canal 13.
O programa revelou trechos de um vídeo da polícia do procedimento na casa de Nisman, no qual se vê o que parece ser um perito limpando parte do sangue que manchava a pistola calibre 22 usada para disparar o tiro fatal.
"A arma não foi totalmente limpa, e foi utilizado papel higiênico. Logicamente, a arma precisava ser manipulada para descobrir o calibre e sua numeração", disse Fein.
Nisman foi encontrado morto em 18 de janeiro com um tiro na cabeça no banheiro de seu apartamento.
O promotor investigava há uma década o atentado à sede da Associação Mutual Israelense Argentina (AMIA), que deixou 85 mortos e 300 feridos em 1994, em Buenos Aires.
Quatro dias antes de morrer, Nisman havia denunciado a presidente Cristina Kirchner e seu ministro das Relações Exteriores, Hector Timerman, de tentar encobrir ex-altos funcionários iranianos acusados de envolvimento no ataque à AMIA.
A arma que matou o promotor, uma Bersa calibre 22, foi emprestada por um de seus colaboradores, Diego Lagomarsino, único acusado no caso.